domingo, 30 de outubro de 2011

Meu Kantinho

Domingo de Fé na celebração de Nossa Senhora da Penha. A ocupação policial do Complexo do Alemão restaurou a tranquilidade suburbana do bairro e comunidades vizinhas. A Penha pediu a Paz e conseguiu !



Fé, alegria e oração. Estes foram os principais sentimentos que estavam no coração das milhares de pessoas que estiveram no Santuário no dia 30 de outubro para o encerramento da 376a Festa de Nossa Senhora da Penha. Muitos com cartazes e roupas brancas presenciaram que a tão sonhada paz na Penha já é uma realidade. Durante a Santa Missa Campal o Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani lembrou que o Santuário de Nossa Senhora da Penha é um marco da cidade do Rio de Janeiro

- Este Santuário no alto do monte é visto de muitos lugares. Aqui queremos pedir a Deus e a Nossa Senhora que nos salve das serpentes e de todo o mal e nos faça viver essa vida de homens novos e construtores deste mundo novo e que Nossa Senhora da Penha rogue por todos nós.

Que assim seja !




Domingo de Esperança no povo brasileiro através das suas ações voluntárias. Depois da visita ao Santuário, roda de samba e feijoada, claro !

O Meu Kantinho, fundado por Clóves do Violão, não é apenas um bar com música, é um centro cultural onde também funciona uma de escola de música para aprendizes da comunidade e comunidades vizinhas, constando aulas de música (teoria, solfejo e canto), violão, cavaquinho e banjo, tudo sem fins lucrativos. O Clóves já se foi e hoje é sua filha Alessandra quem comanda a escola e os eventos beneficentes para manter o legado do seu pai.






Depois das aulas de música nos finais de semana de manhã, a turma se une para promover rodas de samba e choro que adentram a noite. Não é raro que músicos ilustres, como Dicró, Nei Lopes, Zé da Velha e Joel Nascimento, apareçam para dar suas canjas. A feijoada no caldeirão, tudo junto e misturado engana pela aparência, na realidade é muito mais gostosa do que parece !





Homenagem ao Clóves do Violão



Serviço:

Meu Kantinho
Rua Indígenas, 67 - Penha
Próximo ao viaduto da Lobo Júnior (De Millus) e do ponto final da linha 497
Tel 21 3888-4743
http://www.flickr.com/photos/luizbaltar/sets/72157622553670557/comments/

R$ 10, a feijoada empratada

Santuário da Penha
Largo da Penha, 19 - Penha
Tel 21 3219-6262
http://www.santuariopenhario.org.br/

Dica do blog: só escolha subir no bondinho se não tiver condições físicas para a escadaria, pois é uma oportunidade rara e emocionante de meditar em silêncio agradecendo por todas as bençãos recebidas na sua vida.

"Demonstrando a minha fé
Vou subir a Penha a pé
Pra fazer uma oração
Vou pedir à padroeira
Numa prece verdadeira
Que proteja o meu baião
Nossa Senhora da Penha
Minha voz talvez não tenha
O poder de te exaltar
Mas dê benção , padroeira ,
Pra essa gente brasileira
Que quer paz pra trabalhar
Penha, Penha
Eu vim aqui me ajoelhar
Venha, venha
Trazer paz para o meu lar."

Baião Da Penha
(David Nasser / guio De Moraes)



Sobre o Santuário

Tudo começou no início do século XVII, por volta do ano de 1635, quando o Capitão Baltazar de Abreu Cardoso ia subindo o Penhasco (grande pedra) para ver as suas plantações, uma vez que era proprietário de toda a área no entorno do atual Santuário. De repente foi atacado por uma enorme serpente. Baltazar, que era devoto de Nossa Senhora, quando se viu só e incapaz de se defender, pediu socorro a Nossa Senhora gritando: "Minha Nossa Senhora, valei-me!". Nesse preciso momento surgiu um lagarto inimigo das serpentes, e travou-se uma luta mortífera entre os dois animais. Baltazar por sua vez, não perdeu tempo e fugiu.

Depois de se recuperar do susto, Baltazar reconheceu que o lagarto apareceu precisamente no momento em que ele pediu a proteção da Virgem Maria. Agradecido, por tão importante gesto maternal, Baltazar construiu uma pequena capela onde pôs uma imagem de Nossa Senhora. Se antes o Capitão Baltazar subia o penhasco para ver as suas plantações, a partir daí passou a subir também para agradecer tão primoroso gesto de carinho que a Mãe do Céu teve para com ele. Assim como ele, também os seus parentes, amigos e vizinhos e até mesmo pessoas curiosas, que à distância viam a pequena capela, passaram a subir a grande pedra (daí vem a palavra Penha) uns para pedir e outros para agradecer graças alcançadas por intercessão da Senhora do alto do Penhasco – Penha. De tanto as pessoas dizerem: vamos à Penha visitar Nossa Senhora, passaram a dizer: vamos visitar Nossa Senhora da Penha.

A devoção à Nossa Senhora da Penha foi se espalhando e cada vez era maior o número de pessoas que visitavam este lugar sagrado e encantador. Umas para pedir e outras para agradecer a sua intercessão.

O capitão Baltazar doou todas as suas propriedades a Nossa Senhora da Penha, havia necessidade, porém, que alguém, com crédito, administrasse responsavelmente esse patrimônio. Foi criada então a Venerável Irmandade de Nossa Senhora da Penha no ano de 1728 a qual com muito zelo e dedicação demoliu a primeira capela - muito pequena - e construiu outra, com uma torre onde foram colocados dois pequenos sinos.

Mais tarde, no ano de 1870, foi demolida esta capela e construído no seu lugar um novo templo: uma igreja com uma torre e novos sinos. Por volta do ano de 1900 houve uma nova intervenção. O templo foi ampliado, ganhando duas novas torres, nas quais, mais tarde, foi instalado um carrilhão com 25 sinos de origem portuguesa, adquiridos na Exposição Nacional do 1º Centenário da Independência do Brasil. Este Carrilhão foi inaugurado em 27 de setembro de 1925 com a bênção do então Núncio Apostólico no Brasil, Cardeal Dom Henrique Gasparri.

No ano de 1817 subia a pedra um piedoso casal quando a esposa, Sra. Maria Barbosa, comentou com o marido que pediria à Nossa Senhora da Penha para interceder por eles para que Deus lhes concedesse um filho, já que estavam casados há alguns anos e não tinham filhos. A Sra. Maria Barbosa confiou, pediu e prometeu que se tivesse um filho mandaria esculpir no duro granito do penhasco uma escadaria para facilitar o acesso dos devotos de Nossa Senhora da Penha ao Santuário. No ano seguinte o casal era presenteado com um lindo filho e no ano de 1819 a escadaria estava pronta. São 382 degraus talhados na própria pedra, mais ainda do que o número de dias do ano.

Um comentário:

  1. Parabéns pela belíssima materia sobre o Meu Kantinho, local delicioso em todos os sentidos: música, comida e pessoas. Muito bom também o texto sobre a história o Santuário de Nª Sª Senhora da Penha de França.

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