domingo, 2 de setembro de 2018

Maniçoba, feijoada paraense

Faz tempo que eu queria provar a maniçoba que leva o título de feijoada paraense. Faz tempo que eu queria conhecer um botequim que sou fã do dono. Juntei a fome com a vontade de comer.

A Casa Porto é uma iniciativa do multimídia Raphael Vidal. O cara tem um pé em bloco de carnaval, outro em eventos culturais, duas mãos para ralar muito e o coração aberto para bem receber quem for de paz. Seus escritos são dignos da melhor crônica atualizada desta cidade.

Fomentador de cultura, qualquer que seja, organizou uma tarde paraense no sobrado do Largo da Prainha com os quitutes do Pará e artistas performando o carimbó.

 

Caipirinha para organizar os sentidos. Tacacá para abrir os trabalhos.

 
 

Conversa vem, conheci o Silvio, paraense na casa dos 80 que diz que veio para o Rio para se tratar e nunca mais arredou o pé . É ele quem ensina que a maniçoba é venenosa e dizimou dezenas de tribos indígenas até alcançar o preparo correto. É necessário pelo menos uma semana da planta de molho para a retirada do ácido cianídrico da folha moída da mandioca. Depois é só adicionar as carnes de porco e boi e servir com arroz, farinha e pimenta.

Não é realmente uma feijoada nem vou dizer que adorei mas valeu a pena conhecer para ter opinião. Gostei muito mais do tacacá da Lea ! Folhas de jambu para adormecer a boca são uma delícia !

 

Tudo vai suave até o início dos tambores. Os participantes fazem um cortejo entre as mesas para iniciar a roda de carimbó.  Impossível não se envolver com a batida hipnotizante e que leva à catarse. As moças dançam igual a Ritinha da novela, com saias grandes e floridas num movimento espiralado. O Brasil que eu quero tem cultura assim.

 
 

Dica do Silvio para não ser dizimado



Vida longa ao Raphael, suas crônicas e seu botequim !

 
 

Carimbó do grupo Kuatá





Serviço:
Casa Porto
Largo de São Francisco da Prainha, 4
Tel (21) 99816-1948
https://www.facebook.com/casaporto.rio/


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