quarta-feira, 1 de maio de 2013

Feijoada na Pedra

Feriado do trabalhador: dia de feijoada na Pedra do Sal ! O samba sempre rola às 6as feiras à noite mas a feijoada só mesmo nos feriados ou eventos especiais. 

A feijoada
Na Bodega teve feijoada a R$ 2,99 o quilo. Chegamos tarde demais, não tinha farofa, nem couve, nem torresmo... me virei com um pratinho de feijão e carnes saborosas.Quem sabe na próxima ?





O samba
Na paisagem, nos valores e nas características da vida nos bairros da Saúde, Gamboa e Santo Cristo há, ainda, muito da história e da cultura cariocas.

A região foi berço dos ranchos e do carnaval popular, ponto de encontro de chorões e sambistas.

O Largo João da Baiana, onde fica a base da escadaria, é homenagem ao pandeirista João Machado Guedes, conhecido como João da Baiana. O local era frequentado por inúmeros sambistas, entre eles Donga, Pixinguinha e Heitor dos Prazeres.

Atualmente a roda Samba de Lei liderada pelo músico Thiago Torres reune o grupo semanalmente às 6as feiras para alegria de muitos amigos da boa música.





A pedra
Patrimônio Cultural tombada pelo INEPAC (Instituto Estadual do Patrimônio Cultural) desde 1984.

Na segunda metade do século XVIII, o mercado de escravos foi deslocado do centro da cidade para a rua do Valongo, transformando o atual bairro da Saúde no coração comercial do Rio de Janeiro escravagista.

Ali, os escravos foram espancados, obrigados a transportar cargas descomunais, trancados em depósitos insalubres e comercializados. No entanto, foi também ali que o negro, progressivamente, conquistou espaço para seus cultos religiosos, suas rodas de capoeira e seus desfiles musicais, inicialmente, praticados em horários e locais fara do controle colonial, mas depois mostrados pelas ruas de toda a cidade. 
Foi exatamente na Zona Portuária que surgiu, depois da Abolição, a "Pequena África no Rio de Janeiro", um ambiente inesperadamente autônomo e peculiar, em que o negro afirmou sua liberdade e recriou sua cultura. 

Assentada misticamente na Pedra do Sal, a "Pequena África" era uma cidade negra que, empurrada pelo "bota-abaixo" da reforma urbana do início do século XX, se estendeu até a Cidade Nova. 






A roda




Incrível mesmo é a confiança que os donos dos dois únicos bares da Pedra fazem nos frequentadores. 

Uma multidão circula com garrafas de cerveja na mão e ninguém cogita em solicitar caução o que fiquem ali por perto. Até porque se assim fosse não daria vazão a quantidade de pedidos que assolam no local.

Acho que no fim da noite as garrafas magicamente retornam sozinhas aos engradados enquanto os donos dos botecos merecidamente tomam uma gelada relaxando.  

Serviço:

Samba de Lei com Thiago Torres (6as feiras das 19 às 00h)
www.facebook.com/sambadelei
Grátis

Botequim Bodega do Sal
Rua Argemiro Bulcão, 35 - Saúde
R$ 2,99 a feijoada no quilo
R$ 9, cerveja Bohemia litrão



Um pouco de História...

A região que corresponde aos atuais bairros portuários cariocas teve papel fundamental na estruturação da malha urbana, identidade cultural e história popular da cidade do Rio de Janeiro. É um dos poucos locais da cidade onde o traçado urbano e as formas de uso residencial trazem, ainda hoje, a autenticidade do momento de sua produção. Seus caminhos sinuosos, suas muitas escadinhas, travessas, becos, adros, escadarias e ladeiras guardam mais de quatrocentos anos de história e são uma memória viva do "morar carioca".

No final do século XVIII, a rua do Valongo - atual rua Camerino, no bairro da Saúde - passou a abrigar o mercado de compra e venda de escravos da cidade, o Cemitério dos Pretos Novos (onde eram enterrados em vala comum os negros que morriam no mercado), além dos escritórios de corretores envolvidos com a "mercadoria negra" e toda uma variedade de pequenos estabelecimentos voltados para a fabricação de objetos de ferro para tortura e aprisionamento. Mas, foi também ali na zona portuária que, depois da Abolição, as colônias de negros baianos e africanos constituíram a "Pequena África no Rio de Janeiro", um ambiente inesperadamente autônomo e peculiar, onde conseguiram afirmar sua liberdade e recriar sua cultura. 
A Pedra do Sal, localizada na base do morro da Conceição, a poucos metros da atual Praça Mauá, foi a sede mística desse renascimento, local de rituais e cultos religiosos, batuques e rodas de capoeira. Mais tarde, foi também ponto de encontro de sambistas e chorões, como João da Baiana, Donga e Pixinguinha. 
Poucas áreas da cidade revelam uma mudança tão intensa em seu aspecto físico quanto esta. O aterro de amplas proporções que viabilizou a movimentação portuária provocou uma brutal transformação no aspecto ambiental, provocado pelo feroz avanço do litoral sobre a baía de Guanabara. Embora persista na área uma forte imagem do Rio de Janeiro do século XIX (motivo pelo qual a região é considerada memória e história viva), a rua Sacadura Cabral, linha do antigo litoral, marca, até hoje, a divisa entre dois mundos: o antigo e o "novo", este marcado pelo caráter de grandiosidade inerente aos imensos galpões e armazéns do porto, hoje bastante deteriorados.

Fonte:http://www.escravosdamaua.com.br/circ_maua.htm

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