sexta-feira, 27 de março de 2009

Feijão com vista

E ainda há quem ouse afirmar que o Carioca não é chegado ao trabalho ! Pura inveja. Imagine acordar numa bela manhã de sol e ter que enfrentar a caminho do Centro da cidade o céu azulado, as cores vibrantes do verde do mar e da areia branca ? Isto, sem falar da beleza natural da mulher Carioca, corpo dourado, a caminho do mar. E ainda assim, em meio a tantos desafios e tentações, encaramos mais um dia de labuta sem perder o rumo...






Uma das melhores vistas do Rio de Janeiro fica na Praia de Botafogo, de onde se pode admirar a belíssima paisagem do nosso Pão de Açúcar de um lado, e o Cristo Redentor do outro. É exatamente neste pedacinho da praia que se encontra o Centro Empresarial Rio, abrigando no segundo piso do Edifício Argentina o restaurante Scotton.



Só nos restava portanto testar a feijoada servida na 6a feira ! E assim, Feijoadas Cariocas escolheu uma bela tarde do início de outono para degustar também a incomparável vista do local. Feijoeiros a postos, encontramos uma completa seleção de pertences, além de outras opções de pratos quentes e frios, e das sobremesas incluídas.





Achamos que apesar de pouco salgada, a feijoada estava corretíssima, pois as carnes compensavam o tempero, e há quem faça dieta afinal, o que não é bem o nosso caso. Lamentei a técnica do blog em restringir a degustação de apenas um prato, a fim de manter o ritmo na tarde de trabalho que ainda viria pela frente. O buffet todo era bastante convidativo para uma tarde de perdição, daquelas mesmo que fazem a fama do Carioca...


Serviço:
Scotton
Praia de Botafogo, 228 - segundo andar
Tel 21 2553-5979
R$ 23,90 o buffet com tudo incluído
R$ 10,00 o Valet da Rio Park no local



"O pintor Paul Gauguin amou a luz da Baía de Guanabara,
O compositor Cole Porter adorou as luzes na noite dela,
A Baía de Guanabara,
O antropólogo Claude Levy-strauss detestou a Baía de Guanabara:
Pareceu-lhe uma boca banguela."
Esse então, coitado, não sabia de nada mesmo !

segunda-feira, 23 de março de 2009

Caminhos da Bahia

Seja bemvindo, se for de Paz pode entrar !

"Das sacadas dos sobrados, da velha São Salvador,
as lembranças de donzelas, do tempo do Imperador,
tudo, tudo na Bahia, faz a gente querer bem,
a Bahia tem um jeito..."

Feijoadas Cariocas em sua busca itinerante experimenta os Caminhos de São Salvador e São Paulo.

"Chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor..."




Vamos logo combinar que a intenção aqui era com produtos derivados do Feijão, e não a Feijoada propriamente dita. Assim, começamos naturalmente com o Acarajé, patrimônio cultural da Bahia e devidamente protegido pelas Baianas.

Pra quem não conhece, o Acarajé é um quitute da culinária afro-brasileira feito de massa de feijão fradinho, cebola e sal, frito em azeite de dendê, podendo ser servido com pimenta, camarão seco, vatapá, caruru e salada picada de tomate, cebola e cheiro verde.

Dos restaurantes famosos como Yemanjá ao mais badalado quitute, o da Cira, pessoalmente gosto mais daqueles oferecidos nos tabuleiros desconhecidos em qualquer esquina de Salvador, onde a produção é justa para o dia, e feito com muito carinho.


Mas nem só de Acarajé vive o baiano, portanto, fomos até a Ilha de Boipeba, município vizinho à Ilha de Tinharé onde se localiza a Vila do Morro de São Paulo. É lá na praia de Cueiras que encontramos o internacionalmente conhecido Guido, o Pescador. Naquela semana a Band já tinha passado por lá, entre outras emissoras que já o visitaram, mas nada abala a sua humildade.

Desembarcando na praia encontramos uma estrutura muito simples, cabana de piaçava, fogo de palha de coco e muita, muita lagosta pescada por ali mesmo. É o próprio Seu Guido quem recebe os comensais e explica os pratos de petisco ou refeição, sendo a lagosta cozida ao natural (a melhor escolha segundo ele mesmo), na manteiga ou grelhada (frita).

Mas o que tem a ver a lagosta com nosso blog ? É que pedimos a opção refeição que acompanha arroz branco, farinha da Bahia, salada e feijão fradinho !





Depoimento do Seu Guido:



Você achava que conhecia algumas misturas interessantes de Caipirinha ou Caipiroska ? Esqueça tudo e prove a alquimia das barraquinhas de frutas. Umbu cajá, siriguela, caqui, banana roxa, cacau, coco, goiaba, acerola e piri-piri são algumas das possibilidades além das conhecidas abacaxi, limão, kiwi, etc.

É meu Rei, dá um trabalhão provar tudo isto...



"O tio Sam está querendo conhecer a nossa batucada,
anda dizendo que o molho da baiana melhorou seu prato,
vai entrar no cuscuz, acarajé e abará,
a Casa Branca já dançou a batucada do Ioiô e Iaiá"





Serviço Acarajé (Salvador):
Yemanjá
Av. Otávio Mangabeira, 4655 - Jardim Armação
Tel. 71 3461-9010
http://www.restauranteyemanja.com.br/

Cira
Largo da Mariquita, s/n - Rio Vermelho
Tel. 71 3249-4170
Sábados e Domingos das 11 às 23 hs

Serviço Lagosta (Boipeba):
Seu Guido - Praia de Cueiras

Serviço Caipirinhas (Morro de São Paulo):
Barraca do Joe - rua principal da Vila
Barraca da Tânia - Segunda Praia (em frente à Funny)
O Bar - Segunda Praia (procure a Tatiana)



"Sempre fui obediente, mas não pude resistir,
foi numa roda de samba, que juntei-me aos bambas, pra me distrair,
quando eu voltar da Bahia, terei muito o que contar,
ó Padrinho não se zangue, eu nasci no samba eu não posso parar"

domingo, 15 de março de 2009

L’odeur de la feijoada

Dias 18 e 19/03, na Aliança Francesa de Botafogo, será apresentado o espetáculo teatral "L’odeur de la feijoada", baseado no texto de Thomas Bakk "O Cheiro da Feijoada".
A peça, inteiramente em francês, é um saboroso monólogo musical que conta a história da feijoada, um prato cuja história está intimamente ligada à dos escravos e que, através dos séculos, tornou-se um clássico da gastronomia brasileira e foi elevado à posição de prato nacional.


O texto de Thomas Bakk fala de movimentos históricos que propuseram mudanças no Brasil e que foram influenciados pela questão da escravidão. Com uma licença poética que lhe confere originalidade, ele recupera nomes como o de Tiradentes e Zumbi dos Palmares.


No palco, ao lado da atriz Iléa Feraz, o jovem percursionista Juninho (Rafael Duvale) tempera a narrativa da história da feijoada com o toque de mais de oitos instrumentos africanos, com os quais dá ritmo a sambas, xotes e até a um inusitado funk que ajudam a compor o clima e a narrativa da peça juntamente com o trombonista Samuel Ramos.


A entrada é franca, com lugares limitados por ordem de chegada.


Serviço:
Data: 18 e 19/03
Horário: 19h30
Local: Auditório da Aliança Francesa de
Endereço: Rua Muniz Barreto, 730
Mais informações: 2286-4248 / 2539-4118

domingo, 8 de março de 2009

Feijoada Campeã

Salgueiro, vermelho, balança o coração da gente !



Feijoadas Cariocas foi comemorar o campeonato de 2009 da Academia do Samba na primeira feijoada após a conquista do título. Tradicionalmente todo segundo domingo do mês a quadra recebe a família salgueirense, animada pelo grupo Terno de Cambraia. Desta vez foi especial, tinha um tempero a mais...






Reencontro meu velho amigo Kleber, agora como Mestre da Bateria Furiosa, e me recordo da primeira vez que o vi com a mão rasgada do surdo de outros carnavais. Foi literalmente dando o sangue que ele conquistou seu lugar na Escola. Parabéns irmão !






A tarde vai chegando e a quadra levantando.





Até o momento em que a grande homenageada do dia é apresentada: Mocidade Alegre, campeã paulista do Carnaval 2009 ! Mestre Sombra comanda a Bateria Ritimo Puro, que tem como destaque a pequena Marília, um espetáculo de passista e ritmista, verdadeira Rainha !




Entram mestre-salas e porta-bandeiras das duas escolas sambando juntas, as baterias se fundem e já não há mais paulistas ou cariocas, apenas a união do mundo do samba. Quem lá esteve presenciou um raro momento, duas grandes escolas totalmente integradas, duas mulheres, Regina Duran e Solange Bichara à frente de duas grandes comunidades das cidades do samba, e todos realizados pelo sonho alcançado.










Confira aqui a integração na quadra:



Serviço:
Feijoada do Salgueiro ( a partir das 13 hs )
Rua Silva Teles, 104 - Andaraí
Tel. 21 2238-0389
Metrô Saens Pena
R$ 25,00 a Feijoada, incluindo a entrada e uma camiseta

Dica do blog: precisando de algo especial no Salgueiro fale com meu amigo Barbeito, figurinha querida da Academia e fácil de encontrar.

Um pouco de História...
Princípio do século XX no Rio de Janeiro. As terras de um morro encravado no bairro da Tijuca, que já haviam abrigado lavouras de café e uma fábrica de chita, aos poucos vão se transformando em lugar de moradia para imigrantes e escravos. Muitos se diziam seus donos, mandando e desmandando no local. Mas, mesmo ganhando vida, aquele morro ainda era um lugar sem nome. Isto perdurou até a chegada do português Domingos Alves Salgueiro.
Comerciante e dono de uma fábrica de conservas na Rua dos Araújos, na Tijuca, Domingos era também proprietário de 30 barracos no local. Logo o português virou referência e designação do morro, que passou a ser conhecido como morro do "seu Salgueiro". Isso bastou para dar a fama ao local e batizar o morro como o Morro do Salgueiro.
Aos poucos, o Morro do Salgueiro começou a ser procurado por famílias de Minas Gerais, interior do estado do Rio de Janeiro, sul da Bahia e Nordeste. São essas pessoas que começam a dar vida ao morro, construindo casas, barracos e transformando a pedra bruta e inanimada em um lugar de moradia.
De seus locais de origem, os moradores do Salgueiro trouxeram novas culturas, hábitos e costumes que foram se incorporando ao dia-a-dia de todos os habitantes do morro. Carimbó, Folia de Reis, Calango, Jongo e Samba de Roda eram cantados e dançados em datas folclóricas dos imigrantes e passaram a ser apreciados também nas festas do morro, fossem da cumeeira, casamentos ou aniversários, sempre acompanhados de cozidos, mocotós, peixadas e feijoadas.
Em janeiro, o dia 20 passou a ser especial para os moradores do Salgueiro. É nesta data que, até hoje, flores e velas se espalham pelo morro para a festa em homenagem ao padroeiro do Salgueiro, São Sebastião, cujas cores são o vermelho e o branco. O Campo se transforma num arraial, enfeitado com barraquinhas e bandeirolas para a festa. A diversidade religiosa do Salgueiro permite ainda que o morro abrigue outro padroeiro e protetor: Xangô, orixá do Candomblé, também de cores vermelho e branco e também reverenciado no dia 20 de janeiro, quando, à noite, diante dos pegis e dos gongás, o senhor das pedreiras recebe as homenagens de seus afilhados do Salgueiro.