sábado, 29 de setembro de 2018

Feijoada tradicional

Seu Antônio é o bastião da ocupação do quarteirão mais famoso da Lapa. Natural de Guimarães em Portugal ali se estabeleceu em 1965 no sobrado da esquina da Rua do Senado com Lavradio com seu Botequim Nova Esperança. Ele que não dispensa o pezinho de porco no seu prato mantém toda quarta feira e sábado a tradição de servir feijoada.

 

O prato do dia é cuidadosamente pintado à mão no espelho do salão. Tradição como poucas.

Ali tudo é história. O botequim até hoje recebe sua conta de água em nome da Baronesa que dantes ocupava o imóvel. No sobrado em frente Dom Pedro I costumava, digamos, escapulir para aventuras amorosas.

 
 

Quem trabalha ali nas redondezas tem a oportunidade de se deliciar com o prato do dia no precinho: costela com agrião, língua com purê, omelete com salada, rabada com polenta, dobradinha, bife à rolé, carne assada, posta de dourado, bife à parmegiana, costelinha à mineira, carne seca com agrião e carré à mineira. Ufa !

Seu primeiro freguês foi um alfaiate que até hoje frequenta o bar muito bem vestido no primeiro sábado do mês quando acontece a Feira da Lavradio.

Sua feijoada é preparada e servida à moda antiga. Carnes e feijão numa generosa cumbuca. Arroz, farofa e couve na travessa. No primeiro sábado do mês quando é realizada a Feira da Lavradio, a rua fica fechado ao trânsito e conseguir uma mesa é mais difícil, portanto chegue cedo e aproveite as atrações musicais que se apresentam ali mesmo na esquina.

 

Nossa turma esfomeada não deixou passar nada.



Um passeio pelo Porto para fazer a digestão !





Serviço:
Botequim Nova Esperança
Rua do Senado, 35
Tel 21 25089203

R$ 48, a feijoada para 2 pessoas

sábado, 15 de setembro de 2018

Feijoada, Futebol e Carnaval

Ahhhh, o futebol. Paixão nacional apresentada a nós pelos ingleses, inventores do jogo foot bal (pé na bola). Já fomos mestres, tivemos Rei e reinado. Hoje exportamos para o mundo e esquecemos de nós mesmos.

O bloco Minha Raiz, formado por tricolores e simpatizantes, reuniu sua agremiação para uma feijoada na vizinhança do Sambódromo. No Carnaval de 2019 o bloco estréia desfilando pelas ruas de Laranjeiras homenageando Castilho e Fred. A camisa oficial integra o tricolor à bandeira do Reino Unido lembrando a inspiração inglesa na raiz do Fluminense Footbal Club.

 

A feijoada foi servida empratada e a turma foi logo avisando que iria faltar torresmo. Entramos na fila para garantir a nossa porção bem gostosa com carnes nobres. Faltou apenas caprichar nos utensílios. Talheres de plástico e prato de isopor não combinam com feijoada.

 
 

Do bar saem baldes de cerveja em lata, caipirinhas e até espumante. E se vc acha que feijoada não combina com espumante saiba que é uma harmonização muito recomendada já testada pelo blog.

Celso Barros, ex-patrocinador do Flu esteve lá para prestigiar o evento. Grande figura.

 
 

O evento contou com apresentação de grupo de choro e de sambas antes da apresentação da bateria do próprio bloco que desta vez não pudemos assistir. Fica para a próxima feijoada anunciada para o dia 27 de outubro. #vemrivelino





Um pouco da História do Fluminense Footbal Club

Corria o ano de 1901 e o jovem Oscar Alfredo Cox voltava da Suíça, onde estudou e aprendeu a gostar de futebol. Na chegada ao Brasil foi o principal responsável pela implantação do esporte no país. Em 1 de agosto de 1901, o primeiro time formado por Oscar Cox e seus companheiros partiu para Niterói para enfrentar uma equipe formada por ingleses. Sua principal realização, porém, aconteceu na data de 21 de julho de 1902, quando, junto com mais vinte integrantes, fundou o Fluminense Football Club, em uma reunião na Rua Marquês de Abrantes, 51, então residência de Horácio da Costa Santos.

O nome Fluminense surgiu naturalmente, sem maiores debates, apesar de a ideia inicial ter recaído sobre Rio Football Club. Acabou prevalecendo Fluminense, derivado do latim flūmen, que significa "rio". O termo também é usado para se referir aos nativos do Estado do Rio de Janeiro (Flūmen Januarii, em latim).

Graças ao pioneirismo e espírito empreendedor de Oscar Cox, que implantou, difundiu e popularizou o futebol fundando o Fluminense, um dos primeiros clubes de futebol no Brasil, o esporte bretão se tornou uma paixão entre os brasileiros. Desde esta época, o Fluminense já cumpria o seu papel de protagonista no futebol brasileiro, promovendo o esporte com iniciativas pioneiras, como a promoção de partidas beneficentes.

O primeiro jogo do Fluminense foi disputado em 19 de outubro de 1902, contra o Rio Football Club, no campo do Payssandu, em Laranjeiras, a primeira goleada: Flu 8 a 0. Em 6 de setembro de 1903, aconteceu a estreia em jogos interestaduais, com três jogos no campo do Velódromo, em São Paulo. O escrete carioca somou um empate e duas vitórias.

O público, sempre crescente, manifestava seu entusiasmo pelo futebol, o que contribuiu para o surgimento de novos clubes, fazendo, inclusive, com que em 1910 tivessem início os confrontos entre os combinados carioca e paulista. Anos mais tarde, graças à fidalguia e ao pioneirismo Tricolor, foi convocada a primeira Seleção Brasileira.

Oscar Cox, Mário Frias e C. Robinson assinavam os cartões de convocação aos interessados na reunião do dia 30 de novembro de 1901, que trataria da fundação do Rio Football Club, aquele que seria o primeiro clube da cidade exclusivo para a prática do esporte trazido da Inglaterra. Mas a ideia fracassou.

No ano seguinte, após um confronto entre os combinados do Rio e de São Paulo, na capital paulista, em que Oscar Cox deixou fora da equipe um inglês do Paissandu Atlético Clube, o barrado Mr. Makintosh, ao lado do brasileiro João Ferreira, apropriou-se do nome Rio FC e fundou o clube no dia 12 de julho.

Por isso, a convocação de Cox desta vez foi mais incisiva. O bilhete postal enviado por Álvaro Costa trazia o seguinte texto: "Fluminense Foot-Ball Club. Segunda-feira, 21 do corrente, às 8 1/2 horas da noite, haverá uma reunião na Rua Marquês de Abrantes nº 51, a fim de tratar-se da fundação deste club. Assinado: A Comissão".

Os 20 participantes foram considerados sócios fundadores, "sem direito a regalias" e aclamaram Oscar Cox presidente. Assinaram a lista de presença, nesta ordem: Horácio Costa Santos (dono da casa), Mário Rocha, Walter Schuback, Félix Frias, Mário Frias, Heráclito de Vasconcellos, Oscar A. Cox, João Carlos de Mello, Domingos Moitinho, Louis da Nóbrega Júnior, Arthur Gibbons, Virgílio Leite, Manoel Rios, Américo da Silva Couto, Eurico de Moraes, Victor Etchegaray, A. C. Mascarenhas, Álvaro Drolhe da Costa, Júlio de Moraes e A. H. Roberts. A missão passara a ser achar um campo.

O Fluminense Football Club foi fundado na casa de Horácio da Costa Santos, na Rua Marquês de Abrantes, número 51, bairro do Flamengo no Rio de Janeiro. A sessão de fundação, realizada em 21 de julho de 1902, foi presidida por Manoel Rios e secretariada por Oscar Cox e Américo Couto. Oscar Cox foi escolhido o primeiro presidente do clube a partir da proposta de João Carlos de Mello e Virgílio Leite. Dessa maneira, Manoel Rios tornou-se secretário da entidade. Em 17 de outubro deste mesmo ano o clube já estava instalado em Laranjeiras, bairro nobre do Rio de Janeiro.

O Fluminense foi o primeiro clube a ser criado no futebol carioca, sendo o mais antigo entre os grandes clubes brasileiros, considerando a prática do futebol. Inicialmente, o time de futebol utilizava uniforme nas cores branco e cinza.

Todos os seus fundadores eram cariocas, exceto Victor Etchegaray, argentino, mas nos primeiros anos, entre os seus sócios, havia vários estrangeiros, em sua maioria britânicos e alemães.

Em 15 de julho de 1904, após Assembleia Geral Extraordinária, o Fluminense trocou a camisa anterior pela tricolor. Passou a adotar as três cores presentes no hino composto por Lamartine Babo: verde, branco e encarnado, que passaram a ser as cores do clube. 

A primeira camisa tricolor do Fluminense foi criada em 1905,com o Flu tendo disputado a primeira partida com a sua tradicional camisa em 7 de maio de 1905, em um amistoso no qual venceu o Rio Cricket por 7 a 1.

Fonte:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_do_Fluminense_Football_Club

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Mondial de la Bière

"A boca de um homem contente está repleta de cerveja." Provérbio datado de 2.200 AC encontrado no templo da Deusa Hator em Demdera. A moça não conheceu a nossa feijoada que foi criada séculos depois. Hoje certamente haveria um adendo neste provérbio !

Se tem um programa que veio para ficar é a grande festa anual da cerveja conhecida como Mondial de la Bière. Acompanhando o evento há 5 anos a gente aprimora a cada edição nosso modus operandi.
 
Tudo começa obviamente pelo paladar. O que lhe agrada mais ? A partir das suas escolhas vc desenha um mapa e tenta segui-lo até encontrar o tesouro.

Tenho preferência pelas cervejas mais encorpadas e começo sempre pela Bodebrown onde provamos a Atomga au Rum, uma russian imperial stout amadurecida em barril de rum, e a 4 Blés au Cognac, dark ale belga amadurecida no barril de conhaque. É disto que eu gosto no festival ! A possibilidade de aumentar a sua percepção ao provar as poções mágicas dos mestres cervejeiros.

Próxima parada Overhop ! Sempre inovando a cervejaria apostou nas sours, tendência da hora, e fomos de Gravioh-lá-lá, medalha de ouro no Mbeer Contest Brazile e Tranquile, colab com a Motim com notas de morango e cupuaçu. As sours para mim servem para limpar o paladar e recomeçar a pancadaria. Dito isto provamos também a Aeternum, uma imperial stout com cacau e baunilha em amburana e também vencedora com medalha de ouro deste ano.

 

O polvo me chama. Parada para mergulho profundo. Oceânica. Wild Ruby, uma Flanders Red Ale com frutas vermelhas maturada 6 meses em barris de carvalho. Ácida, complexa e irresistível. Para acompanhar Year Three, uma bela imperial stout.

 

Continuando a peregrinação encontramos o Master Mestre Botto que trouxe 40 variedades de grãos, 30 de lúpulos em pellets e flores naturais para ensinar do que é feito o ouro líquido.

Por Odin ! Provamos a Thor, doppel bock com a força do martelo e uma wood aged das internas que rolou só ali na feira.


 

Enquanto aguardava o retoque da maquiagem das meninas tive um encontro inusitado com a Pepper Grapefruit Sunset da Zero9. Pimenta na medida certa com refrescância. Grata surpresa ! Ali mesmo soubemos que teria uma cerveja especial aberta às 19h em ponto. Alarme no celular ativado para voltarmos !




Comer é especialmente importante neste tipo de evento para dar sustância ao andamento dos trabalhos. Entre vários trucks estacionados atacamos o Espirituoso, sanduíche de copa e lombo suínos, bacon, queijo bola derretido e aioli de agrião do Espírito de Porco.

 

Trapiste dubbel Chimay no stand da Delirium Store para acompanhar a gordura.

 

Estando no maior festival de cerveja do planeta nada mais coerente se vc também pudesse comer cerveja !?

Snake, sanduba de linguiça de pernil com geléia de bacon e maionese de lúpulo da Hell's. Uma delícia de correto amargor conferindo sutileza.

 
 

A feira continua e retornamos à Bodebrown para Misteriosa, stout que teve seu lançamento no evento. Pit stop para provarmos a lager Palma Louca do amigo Mário Maluco no stand mais animado e que juntou multidões para o teste da barra.

 

Um pequeno stand abrigava as relíquias da De Halve Maan (meia lua), cervejaria belga da cidade de Brugges. Repare no desenho os dutos que percorrem a cidade levando a cerveja e que em alguns pontos pode ser observado da calçada. Fomos de Brugse Zot Blond produzida com quatro diferentes tipos de maltes e duas variedades de lúpulos aromáticos. Essa é para vc Steph ! Salut vieux !

 

Ops ! O alarme toca e é hora da saideira ! Fechamos nossos trabalhos com a Off the Line, edição numerada de uma belíssima brown ale em barril de whisky com café, cacau e baunilha da Zero9, cervejaria carioca que em breve invadirá Ipanema. Nem vou gostar de atravessar a rua para encontrar os amigos e provar as poções mágicas que virão !

 

Cerveja é fechamento ! Mondial é felicidade !







Nossos agradecimentos ao gentil convite da Documennta para este registro e até 2019 !

Serviço:
Mondial de la Biére
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Bodebrown
https://www.facebook.com/bodebrown/

Overhop
https://www.facebook.com/OverHop/

Oceânica
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Botto Bier
https://www.facebook.com/bottobier/

Delirium
https://www.facebook.com/DeliriumRJ/

Zero9
https://www.facebook.com/cerveja09/

De Halve Maan
https://www.facebook.com/brouwerijdehalvemaan/
https://www.facebook.com/brugsezotbrasil/

Palma Louca
https://www.facebook.com/PalmaLoucaBrasil/

Espírito de Porco
https://www.facebook.com/espiritodeporcoporchetteria/

Hells
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domingo, 2 de setembro de 2018

Maniçoba, feijoada paraense

Faz tempo que eu queria provar a maniçoba que leva o título de feijoada paraense. Faz tempo que eu queria conhecer um botequim que sou fã do dono. Juntei a fome com a vontade de comer.

A Casa Porto é uma iniciativa do multimídia Raphael Vidal. O cara tem um pé em bloco de carnaval, outro em eventos culturais, duas mãos para ralar muito e o coração aberto para bem receber quem for de paz. Seus escritos são dignos da melhor crônica atualizada desta cidade.

Fomentador de cultura, qualquer que seja, organizou uma tarde paraense no sobrado do Largo da Prainha com os quitutes do Pará e artistas performando o carimbó.

 

Caipirinha para organizar os sentidos. Tacacá para abrir os trabalhos.

 
 

Conversa vem, conheci o Silvio, paraense na casa dos 80 que diz que veio para o Rio para se tratar e nunca mais arredou o pé . É ele quem ensina que a maniçoba é venenosa e dizimou dezenas de tribos indígenas até alcançar o preparo correto. É necessário pelo menos uma semana da planta de molho para a retirada do ácido cianídrico da folha moída da mandioca. Depois é só adicionar as carnes de porco e boi e servir com arroz, farinha e pimenta.

Não é realmente uma feijoada nem vou dizer que adorei mas valeu a pena conhecer para ter opinião. Gostei muito mais do tacacá da Lea ! Folhas de jambu para adormecer a boca são uma delícia !

 

Tudo vai suave até o início dos tambores. Os participantes fazem um cortejo entre as mesas para iniciar a roda de carimbó.  Impossível não se envolver com a batida hipnotizante e que leva à catarse. As moças dançam igual a Ritinha da novela, com saias grandes e floridas num movimento espiralado. O Brasil que eu quero tem cultura assim.

 
 

Dica do Silvio para não ser dizimado



Vida longa ao Raphael, suas crônicas e seu botequim !

 
 

Carimbó do grupo Kuatá





Serviço:
Casa Porto
Largo de São Francisco da Prainha, 4
Tel (21) 99816-1948
https://www.facebook.com/casaporto.rio/