Mulher mais velha do mundo gosta de feijoada e detesta picuinha
Denise Motta, iG Minas Gerais
O ano era 1896. O atual Estado do Acre ainda era um território da Bolívia. A rainha da Inglaterra era Vitória, avó da atual, Elizabeth 2ª. O futebol tinha acabado de chegar ao Brasil. E no dia 9 de julho daquele ano Maria Gomes Valentim nascia na zona rural de Carangola, a 357 quilômetros de Belo Horizonte. Chamada carinhosamente pelos parentes de vó Quita, ela tem 114 anos e foi reconhecida pelo Guinness World Record, o livro dos recordes, como a mulher mais velha do mundo.
A supercentenária de Minas Gerais possui três netos, sete bisnetos e cinco trinetos. Ela se casou em 1913 (quatro anos antes da Revolução Russa), aos 17 anos. Contrariando o costume de ter muitos filhos, vó Quita teve apenas um, que morreu em 1988 (antes da queda do Muro de Berlim), aos 75 anos. Os cinco irmãos dela também já morreram. “O pai dela viveu muito, até quase 100 anos”, conta a bisneta Taís Nolasco, de 30 anos.
Taís conta também que vó Quita passou grande parte da vida de forma independente, já que o marido morreu em 1946 (um ano após o fim da Segunda Guerra Mundial). Ela não se casou novamente. “A vó sempre foi uma dona de casa informada, sempre assistiu TV e sempre gostou muito de passear. Sempre foi muito bem humorada, é uma pessoa lúcida até hoje. Ela sabe o que quer”, diz a bisneta.
Alimentação
Tais lembra que vó Quita sempre comeu verduras e frutas, mas não deixou de lado as delícias da culinária mineira. “Ela gosta de feijoada, pizza, coxinha, quibe, mas sempre deu preferência às verduras”.
Filha de fazendeiro, gostava muito de andar a cavalo, de cozinhar - preparava os pratos da família até completar 100 anos - e de caminhar. Com dificuldades para se locomover após sofrer uma fratura no fêmur, hoje ela vive em uma cadeiras de rodas. Uma das suas poucas reclamações é por passar tempo demais sentada. Devota de Nossa Senhora de Aparecida, costumava ir à missa diariamente.
Jane Ribeiro Moraes, 63 anos, neta de vó Quita, acha que o segredo da longevidade é viver de forma tranquila, sem grandes preocupações. “Ela sempre gostou de ter a liberdade dela, ir aos bailes. Morou sozinha muito tempo. Também sempre gostou muito de plantas e sempre foi muito vaidosa”, conta.
Além de lembrar que vó Quita nunca deixou de lado as delícias da culinária mineira, Jane destaca que a avó sempre gostou de beber um vinho. E repete aos quatro ventos que o segredo da vida longa é preocupar-se com a própria vida e não com a vida alheia. “Ela nunca teve picuinha, nunca teve essa coisa de guardar raiva, porque isso pesa na vida, ela fala isso sempre que pode", finaliza a neta.
Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/mg/mulher+mais+velha+do+mundo+gosta+de+feijoada+e+detesta+picuinha/n1596963226118.html
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