Numa sacada genial de branding a cervejaria Theresópolis criou uma vila temática com foco na sua linha de produtos. Localizada no bairro do Alto logo após a entrada na cidade, de fácil acesso de carro ou ônibus, a Vila St-Gallen é um parque de diversões para os amantes da cerveja. O clima começa no acesso pela taberna com visão para os tanques de produção.
A visita deve ser agendada pois as vagas são limitadas. O anfitrião e sommelier de cervejas Pedro é um showman que logo no início cria um link com os participantes do Bier Tour. Após o detalhamento do processo de produção com demonstração de lúpulos e cereais o grupo passa para uma sala anexa onde tem início a degustação. É neste momento que vc testa seus conhecimentos, seu nariz e paladar para a harmonização das cervejas.
Pedro explica então que as harmonizações em geral são por corte (quando, por exemplo, os elementos da bebida, como amargor, “quebram” a gordura presente no prato, limpando o paladar para a nova garfada), contraste (quando as características diferentes entre o prato e a cerveja acabam por valorizar ambos, por compensação), e semelhança (quando prato e cerveja possuem elementos sensoriais que se assemelham e se complementam).
Tudo de forma simpática para que todos tenham a oportunidade de aprender um pouco mais sobre o mundo de cervejas que recentemente vem se abrindo aos brasileiros.
Ao final vc fica com gostinho de quero mais, e é hora de escolher um café ou chocolate na Kaffee Haus ou as delícias do menu da Brewhouse.
Preferimos focar no Eisbein, prato típico dos países de língua germânica, que por lá é servido cozido e aqui ganha a versão frita com aquela casquinha que a gente adora, acompanhado de salada de batatas à perfeição e chucrute.
A cidade original de St-Gallen fica na Suíça e cresceu no entorno do mosteiro beneditino do século 8 e pioneiro na produção de cerveja na Europa. Sua biblioteca é reconhecida como uma das mais ricas e antigas do mundo, dispondo da maior coleção de livros do início da Idade Média, na parte germânica da Europa. Contém cerca de 160 mil livros dos quais 2.200 são manuscritos e 500 têm mais de mil anos.
Teresópolis tem muitos outros encantos e vale apena passar ao menos duas noites para conhecer o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, visitar o orquidário Arabotanica, passear pela Rota Terê-Friburgo e comprar presentes na Feirinha do Alto.
Minha dica de hospedagem fica a 5 minutos a pé do Vila St-Gallen no belo prédio do Higino em estilo germânico e que abrigou um famoso cassino nos anos dourados.
Nosso agradecimento ao gentil convite para conhecer o Bier Tour feito pela Cristina, gestora do complexo.
Serviço:
Vila St-Gallen
Rua Augusto do Amaral Peixoto, 166, Bairro do Alto, Teresópolis, RJ
Tel (21) 2642-1575
R$ 70, o Bier Tour com as harmonizações
http://vilastgallen.com.br/
http://www.cervejatherezopolis.com.br/
Hospedagem no Higino
Hospedagem no Higino
Avenida Oliveira Botelho, 365, Bairro do Alto
R$ 120 a 140 a diária para até 4 pessoas
https://www.airbnb.com.br/rooms/16345382
Na Idade Média a produção e consumo de cerveja tiveram um grande impulso, muito por causa da influência dos mosteiros, locais onde este produto era não só tecnicamente melhorado, como também produzido e vendido. Naquela altura, os mosteiros seriam algo semelhantes a um hotel para viajantes, oferecendo abrigo, comida e bebida a peregrinos.
Também neste período se manteve o hábito de produzir cerveja em casa, sendo que essa tarefa continuava maioritariamente entregue às mulheres. Sendo elas as cozinheiras, tinham igualmente a responsabilidade da produção de cerveja, que era vista como uma “comida-líquida”. Em certas zonas, a cerveja chegou mesmo a ser mais popular do que a água já que, como é sabido, a Idade Média era uma época onde as práticas sanitárias eram muito más, pelo que se tornava mais seguro beber cerveja do que água. De fato, o processo de fabricação fazia com que muitas das impurezas fossem filtradas pelo que quem pudesse fazer a troca de água por cerveja raramente hesitava.
Nos mosteiros, as técnicas de fabricação iam sendo desenvolvidas, em busca de uma cerveja mais agradável ao palato e mais nutritiva. A importância da qualidade alimentar da cerveja era algo de relevante para os monges, dado que era um produto que os ajudava a passar os difíceis dias de jejum.
Um pouco de História...
Também neste período se manteve o hábito de produzir cerveja em casa, sendo que essa tarefa continuava maioritariamente entregue às mulheres. Sendo elas as cozinheiras, tinham igualmente a responsabilidade da produção de cerveja, que era vista como uma “comida-líquida”. Em certas zonas, a cerveja chegou mesmo a ser mais popular do que a água já que, como é sabido, a Idade Média era uma época onde as práticas sanitárias eram muito más, pelo que se tornava mais seguro beber cerveja do que água. De fato, o processo de fabricação fazia com que muitas das impurezas fossem filtradas pelo que quem pudesse fazer a troca de água por cerveja raramente hesitava.
Nos mosteiros, as técnicas de fabricação iam sendo desenvolvidas, em busca de uma cerveja mais agradável ao palato e mais nutritiva. A importância da qualidade alimentar da cerveja era algo de relevante para os monges, dado que era um produto que os ajudava a passar os difíceis dias de jejum.
Esses períodos caracterizavam-se pela abstinência dos monges em termos de comida sólida, mas nada os impedia de ingerir líquidos. Há relatos de monges que foram autorizados a beber até 5 litros de cerveja por dia. Isso só os incentivou a produzir mais e melhor cerveja, chegando ao ponto de se criarem pequenas tabernas nos mosteiros onde era cobrada uma pequena taxa para que as pessoas pudessem experimentar a cerveja de alta qualidade que ali se produzia.
Em termos técnicos, os monges deram uma maior importância ao uso do lúpulo, substância que tornava as cervejas mais frescas devido ao seu amargor natural e que, por outro lado, as ajudava a conservar. Ao dosearem a quantidade de malte e lúpulo, passaram a produzir uma cerveja com pouco álcool para consumo diário e uma cerveja mais pesada e alcoólica para ocasiões festivas.
Uma contribuição fundamental da produção cervejeira monástica foi o emprego de algumas sementes, como o mirto de Brabante e o gruyt (ou gruut) - mistura de ervas aromáticas - que também atuavam como bons conservantes da cerveja.
Esta indústria teve tal sucesso que chamou a atenção dos nobres e soberanos, que passaram a cobrar pesadas taxas sobre a venda deste produto. Em certas zonas, chegou-se ao ponto de só ser permitida a produção de cerveja mediante autorização régia, envolvendo isso, claro está, o pagamento de uma determinada quantia.
Infelizmente, esta ganância levou ao encerramento de muitas tabernas de abadias e mosteiros, que não conseguiram acompanhar as elevadas taxas que lhes eram impostas.
Os conventos mais antigos a iniciarem a produção de cerveja foram os de St. Gallen, na Suíça, e os alemães St. Emmeran e Weihenstephan, sendo este o primeiro a receber oficialmente a autorização profissional para fabricação e venda da cerveja, em 1040 d.C, e portanto a cervejaria mais antiga do mundo ainda em funcionamento.
http://www.cervejasdomundo.com/EraMedieval.htm
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