domingo, 2 de dezembro de 2018

Feijão do João da Baiana

Omolokum é o nome da casa. Leila a chef de cozinha iniciada nos segredos da culinária de terreiro aos 14 anos. Vinte e cinco anos se passaram até a abertura da nova casa no alto da Pedra do Sal.

 

Neste domingo, 2 de dezembro foi comemorado o Dia Nacional do Samba com a famosa roda que se reúne tradicionalmente às segundas feiras.

 
 

Para celebrar o Dia do Samba a chef  homenageou João da Baiana, compositor morador da zona portuária amigo de Donga e Heitor dos Prazeres. Conhecido como o introdutor do pandeiro no samba, gravou entre outros, com Pixinguinha e Clementina de Jesus. Além do pandeiro utilizava uma faca arrastando no prato como percussão que o consagrou nas suas gravações e hoje está em exposição no Museu da Imagem e do Som no Rio de Janeiro.



A culinária de terreiro deve ter permissão dos orixás para ser oferecida ao público e ajuda a desmitificar a ideia que é passada em relação aos Terreiros, lugar de paz, conforto, acolhimento, local para voltar as suas raízes, de por os pés no chão e sentir a energia do sagrado.

O Feijão do João é abençoado pelos Orixás e foi servido com um delicioso feijão vermelho, carnes de boi, bacon e linguiça, arroz e farofa de dendê, acompanhando um acarajé com vatapá.

 
 

A proposta da Casa Omolokum é integrar a comida de dendê integrada à música, arte, moda e história, quebrando tabus sobre as religiões de matriz Africana e sua rica herança cultural.

  
  

A Casa Omolokum fica no circuito de Herança Africana já divulgado aqui no blog e vc pode montar um roteiro super interessante visitando a Pedra do Sal, o Centro Cultural Pequena África, o Cais do Valongo e da Imperatriz, os Jardins Suspensos do Valongo e o Cemitério dos Pretos Novos.

Re-conheça a nossa História !



Roda de Samba da Pedra do Sal



Serviço:
Casa Omolokum
Rua Argemiro Bulcão, 51
Ladeira da Pedra do Sal - Gamboa
Tel 21 980697780
Apenas sábados e domingos das 13h às 19h. Segunda feira com eventos.

https://www.facebook.com/omolokumculinariadeterreiro/

R$ 40 a feijoada individual

Um pouco mais de História
Entre o final do século 18 e a primeira metade do século 19, a região foi marcada pelas atividades de comércio e recepção dos africanos escravizados. Hoje as ruínas do Valongo e o Cemitério dos Pretos Novos rememoram a passagem de mais de um milhão de africanos pela Pequena Africa, uma história de dor e sofrimento que não pode ser esquecida.

Na virada do século 19 para o 20, a vida cultural da Pequena África e da própria cidade foi renovada, com a chegada de migrantes negros, vindos especialmente da Bahia e de antigas áreas cafeeiras do Vale do Paraíba, e de imigrantes portugueses, italianos e judeus.

A Pequena África passou a ser o centro de criação da cultura negra carioca e da organização de novas formas de mobilização política. Em torno de sindicatos, capoeiras, casas de santo, gestaram-se greves, revoltas urbanas e novos gêneros musicais. Naquele contexto, o samba emergiu como um gênero específico, e ganhou visibilidade em todo o país; também foram fundadas associações negras, sociais e dançantes, com seus cordões e ranchos, que ligaram a Pequena África ao que de mais moderno estava sendo produzido em termos musicais e artísticos no período.

https://conversadehistoriadoras.com/2016/03/27/passados-presentes-circuito-pequena-africa/

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