O tour promovido pela Del Bianco Viagens e guiado por Marcelo Nogueira inicia na Praça XV, primeiro porto de desembarque e comércio de cativos africanos e continua pela antiga Alfândega. igrejas Nossa Senhora do Rosário e Santa Rita, Largo da Prainha, Pedra do Sal e Valongo.
No período de 1811 a 1850 o Cais do Valongo recebeu cerca de um milhão de africanos escravizados, o que o tornou o maior porto receptor de escravos do mundo. Aterrado em 1904 pelo prefeito Pereira Passos o Cais foi revelado em 2011 durante as obras do Porto Maravilha.
Entre 1850 e 1920, a área em torno do antigo cais tornou-se um espaço ocupado por negros escravizados ou libertos de diversas nações - área que Heitor dos Prazeres chamou de Pequena África.
Certa vez a mãe de santo foi chamada ao Palácio do Catete para tratar de uma ferida do presidente Venceslau Brás que resistia a todos os tratamentos indicados pelos médicos. Após a cura o presidente expressou sua gratidão transferindo seu marido João Batista da Silva da Imprensa Nacional para a chefia de gabinete do chefe de Polícia. Assim, durante o mandato de Venceslau Brás (1914-18), as festas na casa de tia Ciata eram autorizadas, contando com o envio de dois soldados que iam fazer a segurança.
A historiografia da música popular no Brasil consagra a gravação da canção “Pelo Telefone” como um marco da história cultural brasileira.
A canção foi composta em 1916, no quintal da casa da Tia Ciata, na Praça Onze. A melodia, originalmente, intitulava-se Roceiro e foi uma criação coletiva, com participação de João da Baiana, Pixinguinha, Caninha, Hilário Jovino Ferreira e Sinhô, entre outros. Sobre a paternidade da música, Donga a registrou antes, justificando a ação com a máxima atribuída a Sinhô: "música é como passarinho, de quem pegar primeiro".
A letra original da canção, que era “O chefe da folia/ Pelo telefone / Mandou me avisar / Que com alegria / Não se questione / Para se brincar”, foi alterada para a versão mais conhecida hoje em dia, "O Chefe da Polícia / Pelo telefone/ Manda me avisar/ Que na Carioca / Tem uma roleta/ Para se jogar".
Finalmente, seria a feijoada um legado da cultura africana?
Depois do tour fomos até o Gracioso na Pedra do Sal para discutir o tema. O bar reinventado em 1960 é conhecido pela participação no festival Comida di Buteco e já sobreviveu a um grande incêndio que trouxe o ambiente atual da fundação. A feijoada é servida às 5as, 6as e sábados em porção para 2 que serve bem 3 comensais. O feijão é de um esmero no tempero como poucos e o torresminho que acompanha é indispensável. Uma bela carta de cachaças e cervejas artesanais acompanham o serviço atencioso dos garçons Neto e Cris.
A Feijoada foi introduzida no Brasil pelos portugueses. O hábito de misturar carnes de porco, vitela ou carneiro com linguiças, paio, toucinho, lombo, legumes e miúdos faz parte da história gastronômica dos povos ibéricos. Recibos de compras em açougues do Brasil Colônia apontam na lista os itens comuns à preparação da feijoada, desfazendo a lenda de que seria um prato oferecido aos escravos com sobras, que ademais não trouxeram da cultura africana a tradição de misturar elementos em seus cozidos.
A evolução do prato no país foi promovida pelos bandeirantes e criadores de gado, trazendo em sua bagagem a farinha, a carne seca e o feijão, que o plantavam no caminho para garantir o alimento no retorno. As receitas da feijoada apresentam hoje variações regionais como o uso do feijão mulatinho no Nordeste, sendo que a influência carioca do feijão preto referendou a mais tradicional receita que conhecemos.
Conclusão: a feijoada é de todas as culturas e de todos nós! Invente vc também uma receita e chame os amigos para celebrar!
Muito bom!!👏🏽👏🏽👏🏽👏🏽
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