segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Cacilda!!!!

Sábado de sol e com friozinho primaveril em Sampa, finalmente a chuva deu uma trégua. Feijuca? Perguntou Miguel, meu filho mais velho. Cacilda? Respondi. Bora! Três palavras, uma decisão, isso que chamo de comunicação eficaz. Eram só duas da tarde e os três filhos tinham acabado de acordar, dois preferiram ficar no café da manhã, fazer o que? Lucia, minha mulher, Miguel e eu descemos a ladeira, literalmente, para mais uma feijoada.

Cacilda neste caso não é uma interjeição, é o nome de um belíssimo boteco e restaurante, de um argentino gente muito boa, chamado Daniel, que fica ao lado do teatro Cacilda Becker, na Vila Romana, ou Bairro Siciliano. É isso mesmo, restaurante de um argentino, em um bairro "italiano", servindo feijoada. Seria o mesmo que um brasileiro, servindo churrasco em um bairro chinês de Buenos Aires? Só conferindo para saber!

Sabíamos que a espera seria longa mas a compensação viria com o pratinho de pequenas linguiças bem tostadinhas, torresmo crocante e aipim frito. Oh dúvida cruel! Rendo-me ou não ao carioquês? Aipim está para o blog Feijoadas Cariocas, assim como Macaxeira para Feijoadas Nordestinas e Mandioca para Feijoadas Paulistanas, pronto!  Para acompanhar, uma caipirinha de tangerina, e uns chopps , uns no plural mesmo, nada de "um chopps e dois pastel".

Antes da feijoada ainda tomamos um caldinho de feijão, que aproveitamos para temperar com a pimenta da casa. Chegando às vias de fato, o negócio é o seguinte, a feijoada é bem servida, tem tudo que se pode esperar de uma feijoada mas com detalhes, que não são tão pequenos de nós dois, que fazem toda a diferença. O primeiro,  usando um linguajar apropriado para o Bairro Siciliano, é a couve "al dente". Para mim, a couve tem que ser molhadinha e você tem que sentir uma certa resistência quando mastiga. Preste atenção, você consegue ouvir o som dela sendo mastigada. Tem que ter um certo "crunch" na couve "al dente", e eu pude ouvir minha mastigação, estava perfeita! Tão bom quanto a couve é o bacon bem sequinho servido por cima.


 O resto é tudo de primeira, paio, carne seca e outros pertences, mas a cereja do bolo, o segundo grande detalhe em minha opinião é a costeleta, aqui chamada de bistequinha (na foto). O Cacilda é o lugar que conheço que encontrou o ponto ideal para a bistequinha, que fica grelhada, sequinha e, pasmem, macia de cortar com a colher. É claro que existe um ovo de colombo, um segredo de estado que o Daniel me confidenciou mas pediu segredo. Segredo mantido!

Engraçado, em uma feijoada a única coisa que eu dispenso é a laranja, acho que é porque dizem que faz bem para digestão. Quem foi que disse que eu quero digerir mais rápido?

Peço a conta, e, de barriga cheia, concluo: aqui é onde o nome vira interjeição, Cacilda!

Serviço:
Cacilda - Rua Tito 237 - Vila Romana - SP -  Fone: 3679-2044
www.cacildabarerestaurante.com.br
Feijoada R$ 34,00





domingo, 29 de janeiro de 2012

Feijão Indiano

Tudo começou com o curry, especiaria indiana conhecida como caril em Portugal e presenteada recentemente ao amigo Daniel que convidou para um almoço temático. Foi então que sugeri uma receita com feijão para o devido registro no blog de nossas experiências gastronômicas.

Para entrarmos no clima visitamos o último dia da exibição Índia, no Centro Cultural do Banco do Brasil, uma oportunidade de conhecer bem mais sobre o Caminho das Índias. Entre os planos que me acompanham está um período sabático na Ásia, que muito me encanta pelas tradições, cores e temperos.




Nosso destino era a casa do Dani, em Santa Teresa, bem em frente aos trilhos do temporariamente suspenso bondinho. Alô Cabral ! Como bem cantam as Carmelitas - "culpar o motorneiro é sacanagem !".

Lá chegando para nosso almoço tardio, encontramos nosso anfitrião ralando e amassando, literalmente, as especiarias que compunham a receita que pesquisou na web. O delicioso cheiro de mercado árabe se espalhava pela casa e a umidade característica do bairro ilustrava ainda mais a nossa tarde chuvosa.

O congelador guardava relíquias de outras eras, 4 garrafas de vodka, sendo 3 Absolut, totalmente congeladas pelo tempo. Fazer o que senão degustá-las ? Prontamente encontrei no Pablito meu interlocutor sócio-etílico-cultural !


Comer em casa é um evento ! Gente na cozinha, na sala, na varanda, em pé, deitado, sentado, cantando, bebendo, comendo e se divertindo.

O casal felicidade Keli-Dani cuida de receber todos com muita hospitalidade e amizade. O Raoni encarou a ponte SP-RJ para ver a amada Vitória. O Pablito subiu de bike debaixo da chuva. Drica, Naná e eu completávamos essa tchurminha do bem.

O almoço saiu na hora que foi possível com muita gente dando palpite pro chef, que só aguentou aquela balbúrdia toda à base de vodka. A receita típica das monções indianas foi uma explosão de cores e sabores. O feijão branco teve a companhia de pimentões coloridos, cubinhos de frango, amendoim e talharim, tudo muito bem acondicionado no curry, cardamono, cravo, cominho e outras especiarias.

Muitas horas depois teve gente que saiu rezando, teve gente que saiu dormindo... todos felizes !

Valeu Dani ! Quando é o próximo mesmo ? rsrsrs



Fiquemos com estes dois grandes exemplos de gente que fez a Vida valer a pena.



domingo, 22 de janeiro de 2012

Sobradinho

O feriadão 47 graus em São Sebastião do Rio de Janeiro combinou com a saída para a serra e o convite para a cabana dos amigos Valeria e Bill. E lá fomos nós fazer bagunça ! Dia de sol forte a 1.600 m de altitude. Estamos bem pertinho do Pico de Itatiaia, o mais alto do estado do Rio. Nosso destino era provar a feijoada do Sobradinho, restaurante na estrada que leva a Itamonte, MG.


O Bill descobriu o Brasil e a esposa Valeria há muito tempo, mas foi só recentemente que ele se rendeu à feijoada. Não qualquer uma, mas a do seu Geraldo, esse daí na foto com o filho Gerson. Tudo começou há 27 anos com um empório que rapidinho descobriu sua vocação para restaurante.


O local é point de motoqueiros e outros felizardos que por ali passam. Escolha uma mesa ao lado da cachoeirinha e relaxe. Se sua praia não for feijoada, nem esquente pois seu Geraldo serve truta e outros quitutes mineiros. Mas estávamos ali para comprovar a descoberta do Bill. Servida aos sábados, domingos e feriados, a feijoada para dois segue a receita tradicional de carnes magras e gordas. Olha o pezinho da foto ! Arroz soltinho, farofa de bacon, couve mineirinha, laranja seleta e uma pimenta de comer de colher completam a mesa. Não sobrou nem caldinho para contar a história.


Serviço:
Restaurante Sobradinho
Km 756 da BR 354 - Sobradinho, Itamonte, MG
Tel (35) 3363-2217 / 9113-6070 / 9113-8215

R$ 30, a feijoada para 2
R$ 4, a caipirinha de limonada suíça com cachaça artesanal


Uma curva numa estrada pode lhe trazer grandes surpresas, mas provavelmente vc só saberá com as dicas certas. Valeu Bill ! Graaaande dica !


E a tarde de sábado estava só começando ! Ainda teve banho de rio e sauna a lenha na Estância Rio Acima, blues session com o Bill na guitarra e o Forest nas gaitas, para finalizamos com a pizza de 4 queijos do Empório do Alto, dos amigos Kiria e Neto. Ufa !



Serviço:
Pousada Estância Rio Acima - Itamonte, MG
Rodovia BR 354 km 751 - Bairro Rural Rio Acima
A 9 km do centro de Itamonte (6 km de asfalto e 3 de terra). Entrada pela Capelinha.
Tel (35) 9819-0072 Marcia ou Forrest
www.rioacima.com.br

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Éramos Seis!


ÉRAMOS SEIS!
  
Da esquerda (abaixo) para a direita, Ricardo Thibau, Marcelo Moraes (anfitrião), Gilvan, Marcos Martins, Leonardo (eu) e Marcos Gelio.

Assim começou nosso aquecimento na esperada quinta-feira de  12 de Janeiro, sorrisos abertos, estômagos idem,  prontos para a dobradinha de Dona Marina.  Saí de Sampa às 7:30 da manhã para encontrar a turma na casa do Marcelo em Botafogo. Nunca havia comido Dobradinha, mas a propaganda do Marcos Gelio, amigo de bom gosto, e do Marcelo, me deixava com água na boca a cada post no Facebook.  O convite feito na noite de Ano Novo, foi a gota d’água, digo de pimenta, para abrir meu apetite e, como bom anfitrião, o Marcelo escolheu companhias que não poderiam ser melhores.


Primeira parada, cozinha. 

Era Dobradinha para um batalhão, batalhão de oito, nós seis mais o gente finíssima seu Duílio, pai do Marcelo, e Dona Marina, sobre quem me faltam palavras para elogiar o quanto merece . Aquilo que muita gente torce o nariz quando houve falar, lembrando-se do preparo, da processo de lavagem, transforma-se em um aroma delicioso, leve cheiro de feijão combinado com pertences como costelinha e carne seca e os temperos de Dona Marina.

Bem galera, o papo tá muito bom, mas nós viemos aqui para conversar ou para comer dobradinha? Palavras sábias do habitué Marcos Gelio, que tinha um horário apertado. Todos à mesa!


 Ricardo e eu éramos marinheiros de primeira viagem e seguimos a recomendação dos mais experientes. Um pouco de tudo, bem colorido, com abóbora, azeitona, pertences, bucho e feijão sobre o arroz. Regamos com azeite e pimenta ao gosto de cada um e encontramos a alquimia perfeita, a combinação de sabores equilibrada e o contraste de texturas variando da carne se desfiando ao bucho, não, não faça cara de nojo sem provar, se desmanchando na boca. Durante a próxima meia hora, "sounds of silence", a conversa parou, afinal, a boca foi feita para mastigar e a língua para saborear.


Resumo da ópera: Ricardo Thibau, antes traumatizado pelo cheiro que lembrava da infância, fez jus ao apelido, Tibúm, e mergulhou em três pratos. Marcos Gelio que já é de casa, não se fez de rogado e parou no quinto. Marcos Martins, telefonou para casa e pediu para ligarem o ar condicionado e foi hibernar depois do almoço. Gilvan, Chef do Joaquina, reverenciou, respeitosa e carinhosamente, a Chef Dona Marina. Marcelo Moraes, além do seus pratos parecia que comia junto com cada um de nós, tal sua satisfação com o nosso prazer.  Eu, agora aqui de Sampa, me lembro dos quatro pratos, das boas risadas e do doce de laranja da terra que finalizou aquela quinta-feira marcante. Ficam meus agradecimentos ao casal seu Duilio e Dona Marina, ao grande amigo Marcelo, à toda a turma por este dia memorável e também ao Feijoadas Cariocas por abrir espaço para a Dobradinha. Éramos seis, dobrado, viramos doze. Doze homens e um segredo, só nós sabemos o endereço.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Café del Mar

A mistura de samba e feijoada é velha conhecida da cidade. A novidade é ser proporcionada em ambiente descolado, com ar refrigerado, de frente para o mar e com precinho irresistível !



O Café del Mar é uma franquia espanhola que aportou no Rio com o diferencial no design de seus salões com ondas colorindo as paredes e o teto. Local de gente bonita e dourada da praia, sua música eletrônica será substituída aos sábados de janeiro pelo pagode de mesa.



O buffet de feijoada não estava essas coisas de esmerado na sua apresentação, mesa muito grande para poucos caldeirões, porém o conteúdo era delicioso. Pouca variedade de carne magras ou nobres, acompanhando torresmo crocante, farofa, arroz branco, couve e laranja seleta.

O sambinha só começou perto das 16 hs e como o buffet é liberado e servido das 14 às 17 hs o grande salão superior estava bem longe da animação sugerida. Se a casa apostar na programação sugerimos que comece o samba junto com o serviço da feijoada, que de preferência deve ser servida em mesa melhor ambientada e próxima à janela com vista para o mar.

Excelente opção custo benefício para o pós-praia do verão. Esperamos que emplaque para retornarmos !


Serviço:

Café del Mar
Avenida Atlântica, 1910 - Copacabana
Tel 21 7857-8681

R$ 15, a feijoada no buffet para mulheres
R$ 25, a feijoada no buffet para homens
R$ 7, a dose dupla de Budweiser