Feijoada da Família Nobre

Quem não gosta de samba, bom sujeito não é, é ruim da cabeça ou doente do pé.
Quem não gosta de feijoada, brasileiro não é, tem problema no estômago ou fraco até.

Dona Anita sempre gostou de feijoada e passou para sua família a tradição. Mãe do sambista Dudu Nobre, ela tem seus segredos para a receita que prepara desde o tempo em que servia numa pensão no centro da cidade aos sábados para uma turma bastante conhecida no cenário musical brasileiro.

Apaixonado pela apurada culinária de sua mãe, Dudu Nobre resolveu criar a Feijoada da Família Nobre para que todos possam provar a boa comida que sempre teve o privilégio de comer em casa. Para acompanhar a feijoada, uma roda de samba levada pelo sambista compositor e seus convidados.

A estreia foi em julho durante o aniversário de Dona Anita. Embora não revele todos os ingredientes da feijoada, que acontecerá uma vez por mês, a mãe de Dudu diz que um dos segredos da comida mais popular entre os sambistas é o tempero. "O que não pode faltar no meu feijão é o cominho. É fundamental para dar aquele sabor especial", entrega.

Apesar de Anita considerar a especiaria indispensável, Dudu nunca reparou que o tempero fazia parte do prato. "Nunca soube que tinha cominho, nem sei o que ela coloca lá. Só sei que é o feijão da mamãe, e o feijão da mamãe é sempre muito bom, tudo dá sempre certo. Ela tem mão boa, esse feijão é uma delícia", elogia o cantor.

O evento é sempre realizado no Bom Sujeito, casa consagrada para o samba na Barrinha, como é conhecido o Largo da Barra. Servida em buffet, além dos itens tradicionais a feijoada traz aipim e linguicinha frita de tirar o sujeito do sério. Para sobremesa goiabada cascão, em referência ao título de um dos sambas mais famosos do filho de Dona Anita.

Chegue cedo para garantir uma mesa e aproveitar a roda de samba comandada por Dudu Nobre a partir das 17h. Neste domingo estiveram por lá Neguinho da Beija Flor e Gabrielzinho do Irajá.

Outros sambistas também já se renderam à comida de Dona Anita, como Zeca Pagodinho, Almir Guineto, Jorge Aragão e a turma do Fundo de Quintal, todos frequentadores assíduos da feijoada que ela fazia na década 80, na Rua dos Inválidos, no Centro, quando comandava a pensão Saci Pererê.

"Eles iam pra lá quase todo fim de semana. Alguns chegavam na sexta-feira e passavam a noite toda lá, pra já acordar no sábado e comer do meu feijão. Era um sucesso", lembra Anita. De 1980 para a atualidade, Dona Anita pouco mexeu na receita do feijão. A única coisa que mudou foi a maneira de servir o prato. "Naquela época, servíamos tudo misturado, ficava aquele prato feio, cheio de carne junta. Hoje, tem mais requinte. Sirvo na bandeja e a pessoa decide que carne comer. É mais democrático e organizado", compara.

Depoimento da Dona Anita



Serviço:
Feijoada da Família Nobre
Bom Sujeito
Estrada da Barra, 18 - Barra da Tijuca
Tel 21 2491-8955
R$ 30, (homem) e 20, (mulher)