Pé Sujo

Prato do dia: feijoada. O convite foi do Juarez Becoza que escreve a coluna Pé Sujo do jornal O GLOBO. A indicação foi da irmã dele e seus colegas que trabalham no INTO ali perto. O local um legítimo pé-sujo ao lado da Igreja de São Cristóvão.

O Boa Quinta parece estar por ali há muito tempo porém o dono atual não conta 3 anos no comando do negócio. Boteco de raiz com direito a diversos avisos escritos à mão para informação da freguesia, na maior parte, trabalhadores da vizinhança. O cardápio oferece refeições para 1 pessoa a preços reais. 

Tudo muito simples. Mesas, cadeiras e forros de plástico. Sem ar condicionado e com as portas abertas para a rua, é melhor escolher um dia de temperatura amena para almoçar. Aqui, mesa reservada só para o delegado que bate ponto diariamente no pé-sujo.

Nosso grupo de 5 comandou 3 feijoadas preparadas pela Jaqueline e servidas pelo Lima. Pedimos também uma porção de torresmo para acompanhar. Olha isso !

A feijoada é servida com carnes magras e gordas junto com o feijão, acompanhando arroz branco, couve e farofa. A refeição pode ser facilmente dividida por 2 pessoas que pretendam retornar ao trabalho. O feijão de tempero caseiro é preterido pela quantidade de carnes, mas é só avisar ao Lima que ele reabastece. 

A grande surpresa para mim foi o arroz branco que costumo dispensar, mas aqui era possível perceber que ainda estava molhadinho e com alho aparente. O grande destaque foi para o belíssimo torresmo carnudo e sequinho que degustamos e que vale o retorno ao pé-sujo.

Ao Juarez o meu muito obrigado pelo irrecusável convite e que venham outras oportunidades para apreciarmos a boa mesa da chamada baixa gastronomia carioca.

Serviço:

Bar Boa Quinta

Rua Benedito Otoni, 89 - São Cristóvão

Tel (21) 2580-2544

Atendimento de segunda à sábado das 7 às 22h

R$ 12, a feijoada para 1 pessoa (serve 2)

Bar dos Chico's

Copa do Mundo batendo na porta, visitamos um conhecido bar de torcedores nos arredores do Maracanã que serve feijoada e dentro do raio de 1 km gentilmente estabelecido pela FIFA para a venda de cerveja durante os jogos. 

O Chico's abriu há 13 anos (número da sorte do Zagalo) com dois sócios de nome Francisco. Sextas, sábados e domingos são os dias da feijoada. Servida em porção para 2 pessoas é levada à mesa em cumbuca de barro. Nem magra nem gorda. Esta foi a resposta do garçom quando perguntei sobre as carnes. Pode acreditar ! Diria que 50% de cada. Acompanham arroz branco, farofa, couve, torresmo, laranja seleta e batidinha de limão. O destaque foi o tempero do feijão.

Se vc estiver no Rio sem ingresso para os jogos a melhor opção é buscar um local para reforçar a sua torcida. Escolha uma mesa com vista para os televisores e bola pra frente !

Serviço:
Bar dos Chico's
Rua General Canabarro, 119 - Maracanã
Tel (21) 2568-5421

R$ 39,50 a feijoada para 2 pessoas

Comida di Buteco 2014

A saga Comida di Buteco 2014 prosseguiu por outros dois bares da zona norte.

O Bar da Frente funciona no local que viu nascer o Aconchego Carioca. Este apenas atravessou a rua para conquistar o mundo, deixando as instalações prontas para o próximo. Sacou a bela jogada de marketing ? Responda rápido aonde fica ?

 

O petisco concorrente atendia pela alcunha de Porquinho de Quimono: uma porção com seis unidades de massa harumaki recheada com costelinha suína defumada e requeijão de ervas, acompanhada com molho agridoce. Não fosse a falta de mesa bem teria repetido.

Nota do Blog (escala 0 a 10): 8

Encontramos uma turma bem organizada e disposta naquele a dia a percorrer um bom trajeto do festival.

Nossa próxima parada era um tijucano novato no festival, o Super Guanabara. Situado numa esquina da movimentada Conde de Bonfim, o boteco oferece mesas na calçada, que já pelo adiantado da hora foram de extrema importância para nosso grupo.

O petisco do festival também era uma porção de costelinha suína acompanhada do saboroso molho de abacaxi e hortelã. Valeu pela criatividade do molho e pela cerveja gelada. 

Nota do Blog (escala 0 a 10): 4

Não conseguimos percorrer todos os botecos que planejei para a edição 2014 do festival Comida di Buteco e que terminou dia 11 de maio. Ficamos na esperança de visitá-los posteriormente pois muitos locais costumam manter os petiscos no cardápio.

Serviço:

Bar da Frente

Rua Barão de Iguatemi, 388, Loja 1 - Praça da bandeira

Tel (21) 2502-0176

Horário Terça a Sábado 12h às 22h Domingo: 12h às 16h (Segunda não abre)

http://www.comidadibuteco.com.br/rio-de-janeiro/botecos/bar-da-frente/

Café e Bar Super Guanabara

Rua Conde de Bonfim, 35 Ljs11 e 12 - Tijuca

Tel (21) 2568-5110

Horário Segunda à Sábado: 16h à 0h

http://www.comidadibuteco.com.br/rio-de-janeiro/botecos/cafe-e-bar-super-guanabara/

Beijinho no ombro e até a próxima !

Feijão da Mamãe

Meu filho Dudu sempre fala que a comida da Iaiá é a melhor do mundo. Iaiá é o apelido que minha mãe chamava a avó dela e assim passou o costume para os netos. O mais engraçado é que quando éramos pequenos minha mãe mal passava pela cozinha. Seus dotes culinários apareceram a partir da chegada do João, o primeiro neto e filho da minha irmã Valéria. Dali para frente foi o desenrolar de um dom natural para a gastronomia. Sorte nossa, que apesar do atraso ainda podemos degustar suas delícias até hoje !

Mãe é amor, confiança, apoio, amizade, paciência e dedicação. É presença constante em nossos corações.

Obrigado Mãe !

Sob o sol de Rio Bonito

O amigo multimídia Paulo Salerno convidou para almoçar na sua casa da serra. O céu estava límpido e o sol brincava de esconder entre a mata e os pinheiros. Para minha felicidade completa tinha feijão no cardápio e nosso encontro acabou virando post no blog. Tudo começou com uma dose de Boazinha.

Eu participei no preparo da linguiça artesanal flambada na cachaça para aperitivo enquanto o casal de anfitriões acompanhava o desenvolvimento do almoço entre uma e outra taça de vinho.

O prato principal foi receita do chef escocês Gordon Ramsay. Costela de boi selada na frigideira com sal e pimenta e assada muito lentamente em fogo baixo por 4 horas com uma cabeça inteira de alho cortada na metade, extrato de tomate e vinho. As cenouras, batatas e o feijão branco foram acrescentados aos poucos para cozer no molho. Mesa posta no jardim, hora da diversão !

Refestelados partimos para a sobremesa. Gosto de doce mas não sou fanático como a Naná. Ocorre que Ananda surpreendeu pela capacidade de criação. O pavé de capuccino foi seguramente uma das sobremesas mais deliciosas que provei recentemente. Repeti e resisti à re-repetição.

A todos nós restou a satisfação de estarmos reunidos celebrando a amizade sob o sol e o céu de Rio Bonito de Lumiar.

Ao Paulo, Ananda, Regina, Dedé e Naná, muito obrigado pela oportunidade !

Serviço:

http://gnt.globo.com/gordonramsay/

http://www.bbcgoodfood.com/search/recipes?query=Gordon+Ramsay

Eu quero Mocotó !

Eu quero mocotó ! Em 1970, ano do tricampeonato do Brasil, a música interpretada por Erlon Chaves ficou em sexto lugar no Festival Internacional da Canção mas o refrão permanece na memória popular até os dias de hoje. "Mocotó" agradou tanto, que foi indicado para encerrar o show da fase internacional do festival.

Primo da feijoada, a receita básica do mocotó leva, além do mocotó cozido, pedaços de linguiça, feijão branco, ovos cozidos picados, tempero verde e outros ingredientes, como pimenta malagueta, toucinho e azeitonas.

Foi portanto em busca do Mocotó que chegamos ao Mani e Oca, boteco da região da Praça da Bandeira que este ano concorre ao Comida di Buteco com o sugestivo Vem ni mim que te levanto, composto dos caldos botequeiros de mocotó, ossobuco com abóbora e frutos do mar com chips de mandioca e cachaça de tangerina.

O bar de esquina oferece mesas na calçada onde nos instalamos. Os caldos chegaram na terceira cerveja e realmente impressionaram pela sutileza dos componentes. As porções são generosas e portanto próprias para a degustação da nossa caravana. Ainda não sei dizer qual foi o meu preferido mas em particular, o Mocotó estava perfeito. A cachacinha de tangerina parece um licor e não adianta insistir em levar para casa pois o estoque está reservado para o acompanhamento do prato.

No século XIX, na cidade do Rio de Janeiro era anunciado o "caldo de mão de vaca" para a primeira refeição do dia. Esse hábito virou tradição na capital carioca e até hoje é comum os bares e botequins da cidade oferecerem o caldo de mocotó em canecas ou pequenas tigelas de porcelana branca.

Serviço:

Mani e Oca

Rua Joaquim Palhares, 513 –Loja A – Praça da Bandeira

Fone (21) 2293-5548 / 3576-1127

Horário Segunda e feriado: 12h às 18h

Terça a Quinta: 12h às 21h

Sexta e Sábado: 12h às 23h

http://www.comidadibuteco.com.br/rio-de-janeiro/botecos/mani-oca/

R$ 28, os caldos Vem ni mim que te levanto

Nota do blog (escala 0 a 10): 10

Sobre o Festival Internacional da Canção e a canção Eu Também Quero Mocotó

O Festival Internacional da Canção Popular foi um concurso de músicas nacionais e estrangeiras, anual, realizado no ginásio do Maracanazinho e transmitido pela TV Rio (primeira edição) e pela TV Globo. A música de abertura era composta por Erlon Chaves e chamava-se Hino do FIC. O apresentador oficial era Hilton Gomes, que imortalizou a frase Boa Sorte, Maestro !. O prêmio Galo de Ouro foi concebido por Ziraldo e confeccionado pela joalheria H.Stern.

Criado por Augusto Marzagão, durou de 1966 a 1972 (sete festivais). Cada um tinha duas fases: a nacional, para escolher a melhor canção brasileira, e a internacional, para eleger a melhor canção de todos os países participantes — a concorrente brasileira era a vencedora da fase nacional.

Convidado para fazer o show de encerramento da final internacional do FIC de 1970, Erlon Chaves armou uma grande produção para cantar Eu Também Quero Mocotó, que ele defendera na final nacional e ficara em sexto lugar. Duas louras contratadas por ele apareceram rodopiando no palco, em trajes cor de pele, gritando “eu quero mocotó!”, e beijando Erlon Chaves. Na época, a visão de mulheres brancas beijando carinhosamente um homem negro causou escândalo na plateia e, principalmente, entre os telespectadores que assistiam à final. Erlon Chaves saiu do palco e foi imediatamente levado à uma delegacia para prestar esclarecimentos. José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, responsável pela transmissão, também foi preso.

A apresentação de Erlon Chaves, foi o grande segredo do Festival. Ele conseguiu o que queria: Fazer o público vibrar. A apresentação da música, que ficou em sexto lugar, parecia mais com uma escola de samba. Eram quarenta pessoas (vinte homens e vinte mulheres), além da Banda Veneno. "Mocotó, é tudo de bom, tudo de alegre. Só o Jorge poderia fazer uma música assim",disse o maestro.

E todo mundo cantou "Eu Também Quero Mocotó". Erlon Chaves, sua Banda Veneno e o coral SAM - Sociedade Amigos do Mocotó - deram o grande espetáculo do V FIC. A música de Jorge Ben fez a platéia dançar.

Fontes:
http://memoriaglobo.globo.com/programas/entretenimento/musicais-e-shows/festival-internacional-da-cancao/curiosidades.htm
http://festivaisdacancao.blogspot.com.br/2008/01/aiiiiiiiiiiii.html

Eu Também Quero Mocotó
Autor: Jorge Ben

Álbum: A Era Dos Festivais

Ouça aqui:

http://www.radio.uol.com.br/#/letras-e-musicas/banda-veneno-erlon-chaves/eu-tambem-quero-mocoto/1487828

Letra:
Eu quero mocotó...eu quero mocotó

Eu quero mocotó...eu quero mocotó
Eu quero mocotó...eu quero mocotó
Eu quero mocotó...eu quero mocotó

Eu cheguei e tô chegando
To com fome e sou pobre coitado
Me ajudem por favor
Botem mocotó no meu prato

Eu quero mocotó... mo...co...tó
Eu quero mocotó... mo...co...tó
Eu quero mocotó... mo...co...tó

Eu quero mocotó...eu quero mocotó
Eu quero mocotó...eu quero mocotó
Eu quero mocotó...eu quero mocotó
Eu quero mocotó...eu quero mocotó

Salada de mocotó
Mocotó a milanesa
Sopa de mocotó
Mocotó com abóbora

Eh...eh eu quero mocotó... mo...co...tó
Eu quero mocotó... mo...co...tó
Eu quero mocotó... mo...co...tó

Ahhhhuuuuuu

Mocotó pai mocotó filho
Eu também vou ser da família

Mocotó é abstrato....nãoooo
Mocotó é correlato....nãoooo
Mocotó é lagarto....nãoooo
O que é que mocotó e? É um barato

Eu quero mocotó...eu quero mocotó
Eu quero mocotó...eu quero mocotó
Eu quero mocotó...eu quero mocotó
Eu quero mocotó...eu quero mocotó

Mocotó é realengue
É um barato de alicerce
Põe mocotó no meu prato
Eu quero ficar relex

Mo...co...tó

Eu quero mocotó... mo...co...tó
Eu quero mocotó... mo...co...tó
Eu quero mocotó... mo...co...to

Ahhhhuuuuuu

Eu quero mocotó... mo...co...tó
Eu quero mocotó... mo...co...tó
Eu quero mocotó... mo...co...to

É somente mocotó...é somente mocotó

Eu quero mocotó... mo...co...tó
Eu quero mocotó... mo...co...tó
Eu quero mocotó... mo...co...to

É mo...co...tó...é mocotó
E muito mo...co...tó...é muito mo...co...to

Mocotó sem parar...mocotó sem parar
Mocotó é de amargar...mocotó é de amargar
É um barato mocotó...é um barato mocotó
Ele é melhor que chocolate...ele é melhor que chocolate