domingo, 5 de maio de 2013

Feijoada no Casarão

Tem novidade na área ! Todo primeiro domingo do mês é dia de feijoada no Casarão Ameno Resedá. O espaço restaurado por Carlos Lessa, economista apaixonado pelo Rio de Janeiro, reúne três conceitos básicos: alegria, música e gastronomia. O nome do Casarão homenageia o mais importante rancho carnavalesco do início do século passado. Leia no fim deste post a sua história. 


A feijoada do Ameno é assinada pelo chef francês Frédéric Monnier e destrói a nossa convicção de que o prato é um segredo nacional... 

A patente pode até ser brasileira, carioca especialmente, mas nas mãos do francês a feijoada ganhou um preparo cuidadoso nas carnes, no feijão, na farofinha no alho e na pimenta. Onde será que este sujeito aprendou ? 

Os caldeirões são mantidos constantemente aquecidos como pode se notar pelas fotos. E olha que chegamos perto das 16h00 para almoçarmos ! O torresmo não estava um espetáculo de crocante, e espero que não tenha sido feito por um assistente brasileiro do chef. Ufa, assim a teoria nacionalista da feijoada fica mantida ! rsrsrs 

O chef também assina o cardápio exclusivo do restaurante no segundo piso, trazendo pratos consagrados da Brasserie Rosário, a casa-mãe deste filhote do Catete.



Com espaço para shows para até 250 lugares o Casarão tem programação fixa de quinta a sábado. A agenda contempla a diversidade de sons e estilos do jazz à gafieira e do rock à MPB. A animação das feijoadas tem sido por conta do cantor Mackley Matos e convidados. 



A grande surpresa para mim veio gentilmente até nossa mesa: Deise Novakoski especialista entre outros, em destilados, a cada evento traz um bate papo sobre as cachaças cariocas, enriquecendo sua experiência gastronômica. Fã confesso da colunista, nossa conversa foi digna de botequim. A cachaça deste domingo foi a São Miguel de Quissamã, e a minha prova preferida foi da armazenada em barris de carvalho com retro gosto de coco.


Uma tarde realmente muito agradável em ambiente privilegiado, muito bem frequentado, e com uma iguaria que o francês não se arrisca: o doce de leite em ponto de ambrosia que nos fez retornar algumas vezes ao buffet.

Parabéns ao sermpre inovador Luiz Antonio e ao filhão Pedro que está à frente da gastronomia da casa com a barriga no balcão !



Serviço:
Casarão Ameno Resedá
Rua Pedro Américo, 277 (esquina com Bento Lisboa) - Catete
Tel (21) 2556-2427
http://casaraoamenoreseda.com.br/eventos/
Ambientes refrigerados, estacionamento rotativo com manobrista no local, fácil acesso a cadeirantes, elevador, varanda ao ar livre e wi-fi.

R$ 60, a feijoada com show e degustação de cachaça incluídos
Crianças até 12 anos não pagam. 

Um pouco de História...


O Ameno Resedá foi o mais famoso de todos os ranchos carnavalescos da cidade do Rio de Janeiro. O desfile de um rancho era como um cortejo de um rei e uma rainha, ao som de uma marcha que vinha com muitos instrumentos e ritmo parecido com o samba, mas um pouco mais pausado.

Fundado em 1907 por um grupo de funcionários públicos cariocas, após um piquenique em Paquetá, tinha sua sede no bairro do Catete - que tem nome de origem indígena (que pode significar "folha grande ou mato grosso" ou "uma espécie de milho") - e já abrigou a sede do Governo Federal do Brasil, além de ter sido bairro de residência de Machado de Assis, Carmen Miranda e José de Alencar.

A inspiração do nome veio do som 'ameno' do rancho, e de uma flor (Resedá) abundante na Ilha de Paquetá, onde aconteceu o piquenique que foi o primeiro encontro entre os fundadores do rancho.

Em 1908 o grupo teatralizou o tema a Corte Egipciana. Essa novidade agradou e foi imitada pelos demais ranchos. Seus enredos eram quase sempre mitológicos e serviam como ponto de união para se contar uma história com princípio, meio e fim. Isso criava condições dentro da visão do povo para maior brilho e explendor. As fantasias eram luxuosas, usavam materiais como lamê, seda e plumas e representavam príncipes, princesas, deuses, flores, caçadores ou animais. As fantasias dos Ranchos costumavam apresentar grandes esplendores e, muitas vezes, alegorias de mão.

No Carnaval de 1911, o presidente Hermes da Fonseca, convida o Ameno Resedá para uma visita ao Palácio Guanabara. Eles chegam com todos os componentes fantasiados dentro do enredo A Corte de Belzebu, causando grande impacto e de lá saindo em desfile.

Em 1914, O Ameno Resedá desfilou ao lado das sociedades carnavalescas. Em 1917, introduz a Comissão de Rancho, precursora das comissões de frente das escolas de samba. Naquele ano era composta por quatro sátiros transformados em "Príncipes Caçadores" com um séquito de Júpiter, Minerva, Atlas e doze pastores.

O Ameno Resedá tinha entre seus fãs Paulo de Frontin, Arnaldo Guinle, Oswaldo Gomes e Coelho Neto. Entre seus diretores de harmonia, ao longo dos anos, esteve o pioneiro do samba Sinhô.
Em 1923, Coelho Neto, fã dos ranchos e torcedor do Ameno, faz uma crítica construtiva ao excesso de temas estrangeiros apresentados pelos ranchos, não por serem estrangeiros, mas sim porque na sua opinião eles já haviam sido repetidos com exaustão, a exemplo do que ocorre hoje com alguns enredos de escolas de samba.

O Ameno Resedá então compreende o recado e em 1924 traz o tema "O Hino Nacional", considerado revolucionário, não apenas por ser nacional, mas também por ser um tema abstrato. Porém o rancho fica apenas com o terceiro lugar, o que teria levado Coelho Neto a escrever aos diretores do Ameno na época para que não desanimassem, pois nem sempre "quem planta é quem colhe".
Em 30 de janeiro de 1941, o Ameno Resedá realiza sua última assembleia, onde é decidida a sua extinção. Parte de seus bens são doados à Irmandade de Nossa Senhora da Glória.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ameno_Resedá


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