sábado, 28 de março de 2015

Feijoada Abençoada

Não é por falta de proteção que a feijoada do bar Imaculada é considerada abençoada. A imagem de Nossa Senhora da Conceição do alto protege o salão e seus frequentadores. 

A santa é também a padroeira do Morro da Conceição, bairro alto da Praça Mauá, que vem aos poucos sendo redescoberto pela cidade com as melhorias da região do projeto Porto Maravilha.


O acesso é bem fácil e a pé a partir da Rua do Acre, paralela à Avenida Rio Branco. Uma pequena escadaria leva à Ladeira João Homem onde o bar está instalado logo no início à esquerda.


O Imaculada faz referência aos grandes nomes do samba em cada mesa e suas paredes servem de espaço para exposições itinerantes de artistas novos.


A feijoada é servida às 6as feiras e aos sábados. Servida em cumbuca em porções individual ou para dois com carnes nobres, torresminho delícia, arroz branco, farofa, couve mineira e laranja seleta. Tudo perfeito como já era de se esperar da cozinha que criou o delicioso petisco Bola 7 para o festival Comida di Buteco.

Para beber peça as caipirinhas da casa servidas em generosas doses que justificam o preço. Caipirinha de morango é para mocinhas, correto ? Nada disso, deixe o preconceito de lado e caia de boca nesta opção servida batida como frappé. Imperdível.

No primeiro sábado do mês tem roda de samba ou chorinho. Acompanhe a programação no Face do Imaculada.


Para a digestão descubra os ateliers da região portuária subindo e descendo as ladeiras do Morro da Conceição até chegar ao Largo da Prainha. Depois faça uma visita ao Mar, museu na vizinha Praça Mauá e que possui uma excepcional coleção de arte com a temática da cidade.



Serviço:
Imaculada
Ladeira João Homem, 7 - Morro da Conceição
Tel (21) 2253-3999
https://www.facebook.com/barimaculada
barimaculada.com.br

R$ 75,90 a feijoada para 2 pessoas
R$ 35,90 a feijoada individual
R$ 18,90 a caipirinha de Velha Província em sabores diversos


sábado, 21 de março de 2015

450 anos de Feijoada

Era de se esperar que ao comemorarmos os 450 anos de fundação da nossa querida São Sebastião, também celebraríamos a chegada da feijoada ao Brasil. Só que não.


Os navegadores portugueses por aqui passaram em 1 de janeiro de 1502 mas deram mole para exploradores franceses, retornando apenas em 1 de março de 1565 quando éramos então uma ocupação da chamada França Antártica.

Em 20 de janeiro de 1567 os franceses capitularam e o povoado foi fundado e nomeado São Sebastião do Rio de Janeiro em homenagem ao rei de Portugal.


Nesta batalha Estácio de Sá foi ferido mortalmente por uma flecha, assim como São Sebastião, padroeiro da cidade, cujo dia também se comemora em 20 de janeiro.

 

Coincidências e destino à parte, a feijoada só desembarcou mesmo por estas terras com o desenvolvimento da colônia muitos anos depois.

O hábito de misturar leguminosas a carnes de vitela ou carneiro com linguiças, paio, toucinho, lombo, legumes e miúdos faz parte da história gastronômica dos povos ibéricos. 

Recibos de compras em açougues do Brasil Colônia apontam na lista os itens comuns à preparação da feijoada, desfazendo a lenda de que seria um prato oferecido aos escravos com sobras, que ademais não trouxeram da cultura africana a tradição de misturar elementos em seus cozidos. 

O açougue representado na pintura de Debret do início do século 19 revela que a cultura alimentar da época era composta fortemente por carnes de origem suína.


A evolução do prato no país foi promovida pelos bandeirantes e criadores de gado, trazendo em sua bagagem a farinha, a carne seca e o feijão, que o plantavam no caminho para garantir o alimento no retorno. 

No Brasil as receitas da feijoada apresentam hoje variações regionais como o uso do feijão mulatinho no Nordeste, sendo que a influência carioca do feijão preto referendou a mais tradicional receita que conhecemos, a Feijoada Carioca.


Um pouco mais da nossa História...

O rei Francisco I, da França, contestava a divisão do mundo entre Portugal e Espanha. “Gostaria de ver o testamento de Adão” afirmou o rei, questionando a validade do Tratado de Tordesilhas. 

Na França, havia sérios conflitos entre católicos e os huguenotes (calvinistas franceses) que sofriam perseguições. Por isso, Nicola Durand de Villegaignon, almirante e corsário francês, idealizou uma colônia na América que pudesse acolher os huguenotes. 

O rei francês Henrique II, apesar de católico, apoiou a iniciativa. Essa situação era muito parecida com a que ocorria na Grã-Bretanha, onde puritanos perseguidos partiriam, em 1620, rumo à colônia inglesa na América para tentarem viver em paz.

O local escolhido para a fundação da colonia, em 1555, foi uma região do Rio de Janeiro que passou a denominar-se França Antártica.


A França encontrou muitos problemas durante o processo como a distancia da metrópole; a diversidade do clima; o desconhecimento detalhado da região; e pouca quantidade de colonos.

Como os índios Tamoios eram rivais dos portugueses, os franceses, visando a própria sobrevivência e a sobrevivência da França Antártica, se aliaram a esses índios.

Os portugueses tentaram uma reação contra os franceses mas o atual governador-geral, Duarte da Costa, pouco pode fazer pois a faixa litorânea era muito extensa; os inimigos estavam alojados onde hoje fica o Rio de Janeiro, em ilhas muito distantes de Salvador, sede do governo; o numero de barcos e homens era insuficiente para combater o inimigo e os franceses contavam com o importante apoio dos Tamoios. 

Duarte da Costa foi acusado de não proteger as costas brasileiras e acabou sendo substituído por Mem de Sá que encontrou o domínio portugueses seriamente ameaçado pela invasão francesa; desorganização administrativa e reação de donatários contrários à centralização do poder.

Entre as primeiras medidas tomadas por Mem de Sá, conclamou jesuítas e colonos à se unirem ao governo-geral a uma investida fracassada contra os franceses. Solicitou ainda o auxílio de Portugal em 1563 e uma expedição lhe foi enviada sob o comando de Estácio de Sá, seu sobrinho que traçou a estrategia de ataque.


Visando ficar perto dos franceses invasores, Estácio de Sá fundou, em 1565, o Forte de São Sebastião do Rio de Janeiro, núcleo da futura capital da colônia. Ele conseguiu o apoio de Araribóia, chefe da tribo dos índios Temiminós.


Em 1560 os Franceses são finalmente derrotados pelos portugueses e pelos índios Temimínos. Os Tamoios, no entanto, resistiriam até 1575. No intuito de lutarem contra os portugueses, os índios Tamoios fundaram a Confederação dos Tamoios

Uma guerra entre os portugueses e os Tamoios era praticamente inevitável.

Os jesuítas Nóbrega e Anchieta agiram como intermediários e conseguiram evitar o pior.

Os índios foram isolados e vencidos, e o território estava novamente sobre o controle da coroa portuguesa.

Após a vitoria contra a França Antártica, Mem de Sá pretendia retornar à Portugal, mas no caminho a frota em que viajava foi atacada por franceses, resultando na morte dele e de mais 40 jesuitas.

Fontes:
http://educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/os-multiplos-papeis-negro-na-sociedade-escravocrata.htm

http://www.historiazine.com/2009/07/franca-antartica.html

http://blogdoprofessorhenry.blogspot.com.br/2012/05/historia-brasil-colonia-parte05-franca.html

sexta-feira, 13 de março de 2015

Feira Planetária Food Truck

A missão deste blog é pesquisar a variedade da feijoada e seu entorno, o que inclui receitas com feijão e porco.

Os food trucks são a onda do momento e para quem curte comer nada mais adequado do que uma feira gastronômica onde vc tem a oportunidade de conhecer novas propostas.

A Feira Planetária fica instalada sempre nos jardins do Planetário da Gávea durante um final de semana. A entrada é gratuita e portanto altamente recomendável chegar cedo.



Muito bem organizada com cardápios dos participantes e folheteria de divulgação para ajudar na sua escolha, os produtos à venda nos trucks e barraquinhas são trocados por tiquetes previamente adquiridos no local.





Começamos pelo intrigante Sanduíche cubano do Nômade Truck com pernil marinado em molho de laranja e limão siciliano, picles, mostarda escura, queijo e chimichurri.


Na sequência passamos ao delicioso Linguiçone do Nhac (Núcleo Humanizador de Alimentos Circulantes) com lingüiça de pernil, mostarda Dijon e salada cream cheese.


E finalizamos com o espetacular Risoto de paleta de cordeiro e linguiça com temperos marroquinos e molho de iogurte do chef belga Fred Maeyer.


Quando a sede apertar corra para a barraquinha da Eno Eventos para uma taça de espumante e relaxe nos jardins. E se vc ainda não conhece aproveite para adquirir o guia Eat in Rio com promoções nos melhores bares e restaurantes da cidade !


Missão cumprida ! A próxima edição da Feira será nos dias 11 e 12 de abril e da minha lista de desejos ficaram os seguintes:

Sanduba de barriga de porco no estilo oriental do Boteco DOC
Feijoadinha com risoto de couve da Kituteria Carioca
Feijão Tropeiro da Ielda Amaral
Sanduíche de lingüiça toscana do Praia Brasa Gourme com salsa criolla
Cachorro quente do Larica Gourmet com lingüiça, cebola caramelizada, molho de queijo e pão de abóbora
Burger Kathy do B Burger Gourmet com pernil cozido por 10hs, salpicão e molho B

Até lá !


Serviço:
Feira Planetária
https://www.facebook.com/feiraplanetaria

Sábado das 12 às 23h
Domingo das 12 às 21h

Entrada gratuita

R$ 15 a 20, as porções individuais

sábado, 7 de março de 2015

Família Portelense



Sou carioca, sou de Madureira ! O samba enredo da Portela neste Carnaval traduziu o que é viver nesta "Feliz cidade" de São Sebastião e a primeira feijoada da escola após o Carnaval ainda traz a vibração e o grito de "é Campeã !".


A Majestade do Samba abre o roteiro das feijoadas das quadras escolas de samba todo primeiro sábado do mês. Muito bem organizada com buffets espalhados pela quadra (evitando enormes filas), e com os pertences separados para escolha ao gosto. Para acompanhar cerveja gelada ou capirioska do Marcos.


Atualmente preparada pela equipe da Tia Vicentina, achei que faltou tempero marcante no feijão e as carnes estavam muito ressecadas. Senti falta ainda de um molho de pimenta.

 

O show mesmo é na quadra onde a família portelense se reune para confraternizações num verdadeiro encontro de gerações.
   





Neste sábado o convidado de mestre Monarco foi Wanderley Monteiro, um dos grandes nomes da Ala de Compositores da Portela, com clássicos como “Água de chuva no mar” e "Vida de Compositor", sucesso imortalizado pela cantora Beth Carvalho.




Serviço:
Feijoada da Família Portelense (primeiro sábado)
Rua Clara Nunes, 81 - Madureira
Tel (21) 3256-9411

https://www.facebook.com/PortelaNoAr
http://www.gresportela.org.br

R$ 20, a feijoada (servida até às 16h)
R$ 13, a caipiroska do Marcos
R$ 5,50 a cerveja em lata (cuidado com garçons "espertos" que atacam a fila do caixa para cobrar 10% para tirar o pedido)

"IMAGINARIO, 450 JANEIROS DE UMA CIDADE SURREAL"

Compositores: Noca da Portela, Celso Lopes, Charlles André, Vinicius Ferreira e Xandy Azevedo
Intérprete: Wantuir

Oh meu rio
A águia vem te abraçar e festejar
"Feliz cidade" sem igual
Paraíso divinal
E eu "daqui" feito "Dali"
Em traços te retrato surreal

A natureza lhe foi generosa
Na Guanabara "formosa mulher"
Despertou cobiça, beleza sem fim
"Delícias" de um "nobre jardim"
Eu vi o "menino do rio" versar
Um lindo poema
Para impressionar a "princesinha do mar"
Sonhando com a "garota de Ipanema"

Vem amor, a lapa dá o "tom" pra boemia
Vem amor, a nave da emoção nos contagia
Lá vem o trem chegando com o povo do samba
Lá vai viola, o batuque só tem gente bamba
Tão bela! Orgulhosamente a portela
Vem cantar em seu louvor ô ô ô ô
"Central" do meu brasil inteiro
Morada do redentor

Sou carioca, sou de Madureira
A tabajara levanta poeira
Pra essa festa maneira meu bem me chamou
Lá vem portela malandro, o samba chegou