Era de se esperar que ao comemorarmos os 450 anos de fundação da nossa querida São Sebastião, também celebraríamos a chegada da feijoada ao Brasil. Só que não.
Os navegadores portugueses por aqui passaram em 1 de janeiro de 1502 mas deram mole para exploradores franceses, retornando apenas em 1 de março de 1565 quando éramos então uma ocupação da chamada França Antártica.
Em 20 de janeiro de 1567 os franceses capitularam e o povoado foi fundado e nomeado São Sebastião do Rio de Janeiro em homenagem ao rei de Portugal.
Nesta batalha Estácio de Sá foi ferido mortalmente por uma flecha, assim como São Sebastião, padroeiro da cidade, cujo dia também se comemora em 20 de janeiro.
Coincidências e destino à parte, a feijoada só desembarcou mesmo por estas terras com o desenvolvimento da colônia muitos anos depois.
O hábito de misturar leguminosas a carnes de vitela ou carneiro com linguiças, paio, toucinho, lombo, legumes e miúdos faz parte da história gastronômica dos povos ibéricos.
Recibos de compras em açougues do Brasil Colônia apontam na lista os itens comuns à preparação da feijoada, desfazendo a lenda de que seria um prato oferecido aos escravos com sobras, que ademais não trouxeram da cultura africana a tradição de misturar elementos em seus cozidos.
O açougue representado na pintura de Debret do início do século 19 revela que a cultura alimentar da época era composta fortemente por carnes de origem suína.
A evolução do prato no país foi promovida pelos bandeirantes e criadores de gado, trazendo em sua bagagem a farinha, a carne seca e o feijão, que o plantavam no caminho para garantir o alimento no retorno.
No Brasil as receitas da feijoada apresentam hoje variações regionais como o uso do feijão mulatinho no Nordeste, sendo que a influência carioca do feijão preto referendou a mais tradicional receita que conhecemos, a Feijoada Carioca.
O rei Francisco I, da França, contestava a divisão do mundo entre Portugal e Espanha. “Gostaria de ver o testamento de Adão” afirmou o rei, questionando a validade do Tratado de Tordesilhas.
Na França, havia sérios conflitos entre católicos e os huguenotes (calvinistas franceses) que sofriam perseguições. Por isso, Nicola Durand de Villegaignon, almirante e corsário francês, idealizou uma colônia na América que pudesse acolher os huguenotes.
O rei francês Henrique II, apesar de católico, apoiou a iniciativa. Essa situação era muito parecida com a que ocorria na Grã-Bretanha, onde puritanos perseguidos partiriam, em 1620, rumo à colônia inglesa na América para tentarem viver em paz.
O local escolhido para a fundação da colonia, em 1555, foi uma região do Rio de Janeiro que passou a denominar-se França Antártica.
A França encontrou muitos problemas durante o processo como a distancia da metrópole; a diversidade do clima; o desconhecimento detalhado da região; e pouca quantidade de colonos.
Como os índios Tamoios eram rivais dos portugueses, os franceses, visando a própria sobrevivência e a sobrevivência da França Antártica, se aliaram a esses índios.
Os portugueses tentaram uma reação contra os franceses mas o atual governador-geral, Duarte da Costa, pouco pode fazer pois a faixa litorânea era muito extensa; os inimigos estavam alojados onde hoje fica o Rio de Janeiro, em ilhas muito distantes de Salvador, sede do governo; o numero de barcos e homens era insuficiente para combater o inimigo e os franceses contavam com o importante apoio dos Tamoios.
Duarte da Costa foi acusado de não proteger as costas brasileiras e acabou sendo substituído por Mem de Sá que encontrou o domínio portugueses seriamente ameaçado pela invasão francesa; desorganização administrativa e reação de donatários contrários à centralização do poder.
Entre as primeiras medidas tomadas por Mem de Sá, conclamou jesuítas e colonos à se unirem ao governo-geral a uma investida fracassada contra os franceses. Solicitou ainda o auxílio de Portugal em 1563 e uma expedição lhe foi enviada sob o comando de Estácio de Sá, seu sobrinho que traçou a estrategia de ataque.
Visando ficar perto dos franceses invasores, Estácio de Sá fundou, em 1565, o Forte de São Sebastião do Rio de Janeiro, núcleo da futura capital da colônia. Ele conseguiu o apoio de Araribóia, chefe da tribo dos índios Temiminós.
Em 1560 os Franceses são finalmente derrotados pelos portugueses e pelos índios Temimínos. Os Tamoios, no entanto, resistiriam até 1575. No intuito de lutarem contra os portugueses, os índios Tamoios fundaram a Confederação dos Tamoios
Uma guerra entre os portugueses e os Tamoios era praticamente inevitável.
Os jesuítas Nóbrega e Anchieta agiram como intermediários e conseguiram evitar o pior.
Os índios foram isolados e vencidos, e o território estava novamente sobre o controle da coroa portuguesa.
Após a vitoria contra a França Antártica, Mem de Sá pretendia retornar à Portugal, mas no caminho a frota em que viajava foi atacada por franceses, resultando na morte dele e de mais 40 jesuitas.
Fontes:
http://educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/os-multiplos-papeis-negro-na-sociedade-escravocrata.htm
http://www.historiazine.com/2009/07/franca-antartica.html
http://blogdoprofessorhenry.blogspot.com.br/2012/05/historia-brasil-colonia-parte05-franca.html
http://www.historiazine.com/2009/07/franca-antartica.html
http://blogdoprofessorhenry.blogspot.com.br/2012/05/historia-brasil-colonia-parte05-franca.html
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