domingo, 3 de julho de 2016

Pequena África

Os Jardins do Valongo receberam a inauguração do Centro Cultural Pequena África com muito sol, alegria, história, música e feijoada !

Celina Rodrigues, a Mãe Celina e uma das diretoras do CCPA, recebeu os convidados para a festa que teve o apoio da Prefeitura do Rio na ocupação da antiga Casa da Guarda para resgate da memória da ocupação da Região Portuária com atividades que relembrem a história de lutas e conquistas dos negros.

 
 
 

É muita História para contar !

No final do século XVIII, a rua do Valongo - atual rua Camerino, no bairro da Saúde - passou a abrigar o mercado de compra e venda de escravos da cidade, o Cemitério dos Pretos Novos (onde eram enterrados em vala comum os negros que morriam no mercado), além dos escritórios de corretores envolvidos com a "mercadoria negra" e toda uma variedade de pequenos estabelecimentos voltados para a fabricação de objetos de ferro para tortura e aprisionamento. Mas, foi também ali na zona portuária que, depois da Abolição, as colônias de negros baianos e africanos constituíram a "Pequena África no Rio de Janeiro", um ambiente inesperadamente autônomo e peculiar, onde conseguiram afirmar sua liberdade e recriar sua cultura.

Fonte: http://www.escravosdamaua.com.br/circ_maua.htm

 

Dos moradores da região portuária destacam-se Machado de Assis, um dos maiores escritores brasileiros, nascido no morro do Livramento e João da Baiana, compositor e percussionista carioca, introdutor do pandeiro no samba.

Hilária Batista de Almeida, a tia Ciata, veio da Bahia em 1874 e desembarcou exatamente aqui no Cais do Valongo, fugida da perseguição religiosa. No Rio, participou das primeiras rodas de samba e tornou-se primeira dama das comunidades negras da Pequena África.

A Luziete trouxe sua feijoada para a roda Ancestral capitaneada neste dia pelo baluarte Rubem Confete e que ainda vai dar o que falar no próximo verão.

 
 

A roda



Um baobá, árvore de origem africana que carrega lendas e superstições, foi plantado ao lado do Cais do Valongo, atendendo ao pedido de organizações do movimento negro. A espécie Adonsonia digitata tem importância histórica e guarda simbolismos vindos de tribos africanas que utilizavam sua madeira para a construção de caixões e abriam sarcófagos na própria árvore para conservar os corpos.

Nas estreitas ruas de casarões centenários do morro, vizinhas como a Nonata dão hoje o ar da graça e mantém a tradição das festas abertas na rua. É só chegar.

 
 

A anfitriã Celina Rodrigues



Um viva aos que velam pela cultura dos ancestrais ! Gostamos e voltaremos !





Serviço:
Centro Cultural Pequena África
Jardim do Valongo, subida para o Morro da Conceição pela Rua Camerino, Saúde
Mais informações sobre dias e horários de visitação: (21) 99321-7121 – Celina Rodrigues

Casa da Tia Ciata
Rua Camerino 5, Saúde
Aberta terça e quinta-feira, das 14h às 17h, e sexta-feira, das 14h às 18h30
Mais informações ou agendamentos em outros dias e horários: remanescentesdetiaciata@gmail.com

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